Dicas gerais As vantagens de estudar na França
11 de agosto de 2018
Last Updated on 24 de agosto de 2019 by Renata Rocha Inforzato
Como a maioria de vocês aqui sabe, vim para a França como estudante. Primeiro, fiz cursos de francês e depois entrei para a universidade. Baseado na minha experiência, escrevo este texto sobre as vantagens de vir estudar fora do Brasil.
Explicando aqui rapidinho: eu já havia estudado jornalismo no Brasil e já trabalhava na área havia mais de dez anos. Embora desde a minha adolescência quisesse morar fora, somente depois dos 30 anos é que consegui. E não me arrependo de nada. Acho que isso é uma decisão pessoal e íntima, que não diz respeito a ninguém.

Se você tem vontade de ter essa experiência, mas tem ainda algum receio, talvez este texto possa ajudá-lo (a). Vou listar aqui as vantagens que observei nessa minha jornada de estudante estrangeira.

1) Desafiar as próprias limitações – Esse foi um ponto super importante para mim. Apesar de ter sido boa nos estudos quando morava no Brasil, tinha uma dificuldade enorme em aprender línguas, no caso o inglês. Me matriculava em várias escolas e nunca evoluía. Já achava que o problema era somente eu, até que resolvi vir para cá e trocar o estudo de inglês pelo de francês.

No meu primeiro dia da escola aqui em Paris, voltei para o apartamento, sentei no sofá e chorei, querendo voltar para minha casa no Brasil. Mas, como o curso já estava pago, continuei. E hoje, oito anos depois, vivendo em outro país e falando, na maior parte do tempo, uma língua que não é minha língua materna, vejo o quanto evoluí e superei meus limites. Então, se você gostaria de vir morar na França ou em outro país, tem as condições para isso, mas não vem porque tem medo de não conseguir ficar ou estudar, ignore o medo e venha. Acho até que só o ato de vir já é uma superação de limites.

2) Aprender a se virar sozinho(a) – Acho que isso é um dos maiores pontos de se morar em um lugar onde a mão-de-obra é cara. Mesmo quem morava sozinho (a) no Brasil, ao vir em um país onde a faxineira custa os olhos da cara, vai ter um choque de realidade e aprender a colocar a mão na massa. E não falo isso só em relação à limpeza da casa – que você terá que fazer sozinho(a) -, mas também em relação a pequenos reparos, já que também pedreiros e afins custam super caro. No meu caso, aprendi a montar alguns móveis, porque não queria pagar alguém para fazer isso. Tá certo que na época tive a ajuda de uma das minhas alunas de português, mas mesmo assim aprendi.

3) Aprender mais sobre uma outra cultura – Isso é uma das coisas que achei bem legal. A partir do momento em que saímos do Brasil, estamos ingressando em uma nova cultura, em outro modo de viver o cotidiano, de ver a vida e o mundo. Apesar das estranhezas em vários momentos, do sentimento de se estar perdida, é uma experiência que vale demais a pena. Eu adoro descobrir a cada dia mais sobre o país onde estou, mais dos hábitos da população e ver que, aos poucos, eu mesma incorporo muitos deles.

E aí entra também aprender a comer diferente, a entender que muitos dos alimentos encontrados aqui não são os mesmos que encontramos no Brasil e a conviver com isso. Claro que, nas cidades grandes, podemos encontrar comida brasileira. Mas acho a gastronomia um importante ponto de integração. Se for para ficar comendo só comida brasileira – e pagando duas vezes mais caro que no Brasil -, sinceramente, não vejo motivos para sair do nosso país.

E aprender outra cultura é também conviver com pessoas que têm essa cultura. Foram meus amigos franceses que me ensinaram os costumes do país, os lugares para visitar, o melhor jeito de viver aqui. A cada encontro com eles, um novo aprendizado. Para isso, precisamos deixar de lado os pré-conceitos, ou seja, as ideias que são clichês. Como, por exemplo, de que o europeu é mais fechado. Ele pode ser mais reservado, mas na verdade ele vê as relações humanas de outra forma e isso também é positivo. E uma vez que vocês se tornam amigos, pode ter certeza de que é uma amizade que vai durar muito tempo.

4) Conhecer muitas outras culturas – Talvez isso se aplique mais para as grandes cidades. Mas o fato é que aqui em Paris, por exemplo, cruzamos com pessoas de várias nacionalidades. Eu mesma conheci tailandeses, vietnamitas (dividi a casa com dois), cambojanos, japoneses, chineses, mexicanos, colombianos, venezuelanos, espanhóis, russos e por aí vai. E tenho ainda contato com eles e são meus amigos. É gostoso aprender sobre os costumes deles e, ao mesmo tempo, ver que no fundo todos somos iguais (algo meio óbvio de que nos esquecemos com frequência).

5) Poder realizar o tão sonhado curso de línguas ou uma faculdade – Tá certo que, com o valor do euro, os cursos de francês estão muito caros. Mas, ainda assim, valem super a pena. Ontem mesmo, uma das clientes que comprou um curso de francês comigo voltou ao Brasil (ela comprou o curso de um mês). Enquanto nos despedíamos, ela me disse que em um mês ela evoluiu bem mais do que em um semestre no Brasil. E que ela adorou poder colocar em prática no dia a dia tudo o que aprendeu na classe.

Então, por mais que um curso de francês na França seja caro por causa do euro, se você colocar na ponta do lápis, ainda assim pode sair mais barato, considerando que você avança aqui mais rápido do que no Brasil. Assim, dependendo do seu esforço, em um mês você pode avançar um nível e economizar meses de curso em um país que não fala a língua que você está estudando.

E isso para não falar da faculdade. Como disse, já tinha feito Jornalismo no Brasil. Mas, sempre quis fazer História da Arte, mas o curso que tinha visto em São Paulo custava um rim. Aqui em Paris, depois de estudar francês, consegui me matricular em uma universidade para fazer esse curso.

E adivinha quanto paguei por ano? Apenas 170 euros por ano e podendo pagar em três vezes. E por um valor bem pequeno, tipo 5 euros a mais, havia ainda o centro cultural da faculdade, com cursos de fotografia, vídeo, sessões de cinema e muito mais. E havia também a academia universitária, para os mais esportivos. Hoje, em 2018, os valores das faculdades são: Licença 170 euros, Master (Mestrado) 243 euros, e Doutorado 380 euros. Isso na universidade. Existem, também, as grandes escolas (Grands Écoles) – com cursos como comércio, economia, jornalismo – , que são bem mais caras. Porém, ainda assim vale demais a pena, se você considerar que são algumas das melhores escolas do mundo, onde estudaram presidentes franceses, diretores de grandes bancos, etc.

6) Poder pagar o investimento – Como escrevi ali em cima, estudar na França não é barato, ainda mais por causa da desvalorização do real em relação ao euro. Desde que eu vim para cá, em 2010, até hoje, o valor do curso mais do que dobrou. Mas, se você tem como fazer esse investimento e tem vontade de vir, venha. A curto ou longo prazo, você terá de volta o valor pago, seja trabalhando aqui (ficando legalmente, é claro) ou voltando ao Brasil, levando na bagagem uma experiência internacional na França, país que é conhecido pela excelência de sua cultura e de seus produtos.

Se você souber valorizar isso, sua carreira vai melhorar e você vai ganhar bem mais, recuperando o valor investido. E se, ao vir para cá, você conseguir o visto de estudante, você já pode trabalhar durante os estudos, o que alivia consideravelmente as despesas aqui. Mas isso de trabalhar enquanto estuda só vale para quem vier estudar por um período maior do que seis meses.

Bom, essas são algumas das vantagens que observei estudando aqui. Claro que a lista pode ser bem mais longa, mas por enquanto esses pontos estão bons para uma boa reflexão. Você também pode ler este post que escrevi sobre conselhos para estudar na França. E se você já se decidiu e quer viver a experiência, saiba que eu vendo cursos de francês. E comprando com o Direto de Paris, você beneficia da minha consultoria para melhor preparar a sua viagem e – se for o caso – o seu dossiê para pedir o visto de estudante. Eu mesma fiz o meu processo sozinha e, pela minha experiência, posso ajudar você. Para saber mais sobre o visto, veja o site do Campus France

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Comentários (11)
Gabriela Torrezani
17 de agosto de 2018 at 10:09Adorei ler o seu relato 🙂 também já mudei de país para estudar e concordo que é desafiador porém MUITO importante no crescimento pessoal! 😀 E a França é demaaaais!
Renata Rocha Inforzato
14 de setembro de 2018 at 10:47Oi Gabriela, é uma experiência bem gostosa, né? bjs
Patti Neves
17 de agosto de 2018 at 12:07Concordo bastante com o que escreveu sobre a alimentação! Quantos e quantos brasileiros não encontramos que vivem correndo atrás de comida brasileira aqui fora? Nada errado com isso, desde que seja a exceção e não a regra… 😉
Renata Rocha Inforzato
14 de setembro de 2018 at 10:45Oi Patti! Exatamente. De vez em quando, dá aquela vontade e a gente vai e compra, mas fazer isso sempre, não dá. Bjs
MARIA CRISTINA
17 de agosto de 2018 at 16:41Sem dúvida é uma experiência, além de enriquecedora, muito especial no que diz respeito às vitórias íntimas e amadurecimento. E se for na França, ainda ganhamos o plus de estarmos em um dos países mais lindos da Europa! 🙂
Renata Rocha Inforzato
14 de setembro de 2018 at 10:44Oi Maria Cristina, você descreveu super bem a experiência. Bjs
Ana Carolina
20 de agosto de 2018 at 1:46Ir para a França para estudar deve ser tudo de bom! Aprender a língua, a cultura e como vivem as pessoas, deve ser uma ótima experiência.
Renata Rocha Inforzato
14 de setembro de 2018 at 10:44Oi Ana, sim, é muito bom, Eu adorei. Bjs
Sabrina
20 de agosto de 2018 at 19:59Eu sempre quis estudar na França principalmente pra aprender a língua. Já vi muitos cursos também da área de comunicação que me interessaram muito. O que me assusta muito é o valor do custo de vida. Mas excelente post, parabéns!
Renata Rocha Inforzato
14 de setembro de 2018 at 10:43Oi Sabrina, mas o visto de estudante dá a oportunidade de trabalhar meio período e aí dá pra se manter. Sou a prova disso. Obrigada, bjs
Direto de Paris - Jornalismo em Paris
4 de novembro de 2018 at 1:19[…] em uma universidade francesa. Se quiser ler um pouco mais sobre o assunto, leia este texto sobre as vantagens de estudar na França e este outro sobre os conselhos para virar estudante de uma escola francesa. Boa […]