Lembram que em um dos textos sobre Nancy escrevi que tinha algumas atrações sobre as quais iria fazer um texto separado? Pois este é um desses posts. Depois de falar do hotel em que fiquei, da cidade em geral e das portas e arcos do triunfo, agora é a vez dos parques e jardins. Não é uma lista completa, porque não tive tempo de ir a muita coisa, mas gostei muito do que visitei. Então, vamos a eles nesse quarto texto sobre Nancy:
Parc Olry
1) Parc de la Pépinière – É o mais importante dos parques de Nancy. O nome vem do fato de que este parque era usado para plantar as árvores que iriam margear as estradas da cidade. Lá pelo século XVIII, ou até antes disso, a responsabilidade de cuidar das estradas era das cidades. Cada governante era obrigado a cuidar do trecho das rotas que passava por suas terras e plantar árvores nas margens era parte dessas obrigações. No caso de Nancy era o duque de Lorraine que se encarregava da tarefa e foi para isso que Stanislas criou a pépinière – que significa viveiro -, no lugar dos antigos jardins ducais e de parte da muralha da cidade. Em 1835, o local se torna um parque público.
O Parc de la Pépinière tem 21 hectares. Nele, há fontes, um roseiral – que deve ser lindo na primavera e verão (eu fui durante o inverno) -, estátuas, áreas de lazer para crianças e adultos, teatro de marionetes e até um mini-zoológico.
No zoológico há galinhas, pavões, cabras, patos, mulas, macacos e até cervos. São animais da região, que são cuidados, alimentados e estudados, visando à preservação das espécies locais. Há várias atividades para as crianças, que aprendem muito sobre os animais que ali estão.
Na parte das estátuas, há uma obra de Auguste Rodin, de 1892. Trata-se de uma escultura de Claude Gellée, um dos grandes artistas franceses, que ficou conhecido como Le Lorrain. Outra curiosidade do parque é um pórtico de pertencia à casa de Louis Guingot, um pintor da Escola de Nancy, que inventou a camuflagem militar em 1914. O pórtico, do século XVIII, fazia parte da propriedade onde ele viveu em Custines e foi um presente desta cidade à Nancy.
Auguste Rodin – Statue de Claude Gellée, dit Le Lorain, 1892O pórtico
Parc de la Pépinière
Entradas: Place Stanislas ou Boulevard du 26e RI ou rue Sigisbert Adam
54000 Nancy
Horários: de 1º de novembro a 31 de março, das 6h30 às 20h. De 1º de abril a 31 de maio e de 1º de setembro a 31 de outubro, das 6h30 às 21h. De 1º de junho a 31 de agosto, das 6h30 às 22h30.
Gratuito
2) Parc Olry – É um pequeno parque de dois hectares, que muito me surpreendeu pela beleza. Ele nasceu da paixão pelas plantas de Achille Olry, que, em 1913, doou seu jardim à cidade de Nancy.
Muitas castanheiras, carvalhos, teixos e outros tipos de árvores fazem a paisagem do lugar. Ali também estão situadas as estufas municipais, que produzem por ano cerca de 450 mil flores destinadas a enfeitar os canteiros da cidade. Há também uma área para as crianças brincarem, além de ser um lugar ideal para fazer um repouso.
Parc Olry
83 avenue de Strasbourg
54000 Nancy
Horários: De 1º a 15 de outubro, das 8h às 18h. De 16 de outubro a fim de fevereiro, das 8h às 17h. De 1º de março a 31 de maio e de 1º a 30 de setembro, das 8h às 19h. De 1º de junho a 31 de agosto, das 8h às 21h.
Gratuito
3) Jardin Dominique Alexandre Godron – Com cerca de um hectare, foi fundado por Stanislas, o último duque de Lorraine, em 1758. Foi o primeiro jardim botânico de Nancy, função que ocupou até 1993, quando as plantas foram levadas para um lugar maior, fora da cidade.
No mesmo ano, jardim foi rebatizado e leva o nome de um dos antigos diretores da segunda metade do século XIX: Dominique Alexandre Godron, que era também médico botânico.
Hoje, sua principal função é pedagógica: mostrar e ensinar ao público tudo sobre as coleções de plantas presentes ali. É uma ótima parada para descanso antes ou depois de uma visita à Porte Sainte-Catherine, na mesma rua. Uma curiosidade é o busto de Jules Crevaux, explorador francês que morreu na Argentina em 1882. Três anos depois da sua morte, a obra foi instalada no jardim, pois, naquela época, a cidade natal dele pertencia à Alemanha desde os anos 1870. Por isso que o busto está voltando para o leste, para o lugar em que nasceu. Os quatros mascarões representam os índios da Amazônia, que o explorador estudava
Busto de Jules Crevaux,. Não se sabe o autor da obra
Jardin Dominique Alexandre Godron
Entradas: 3 rue Sainte-Catherine, rue de l’Ile de Corse, rue Godron.
54000 Nancy
Horários: De 1º a 15 de outubro, das 8h às 18h. De 16 de outubro a fim de fevereiro, das 8h às 17h. De 1º de março a 31 de maio e de 1º a 30 de setembro, das 8h às 19h. De 1º de junho a 31 de agosto, das 8h às 21h.
Gratuito
4) Jardin du Musée de l’École de Nancy – Vou falar desse museu no texto sobre os museus da cidade, mas não dá para deixar o jardim dele fora dessa lista. Em 1909, o industrial Eugène Corbi adquire um terreno de cinco hectares. O jardim que vemos hoje é o que resta desse terreno.
Podemos dizer que, assim como o Museu, o jardim celebra a Art Nouveau. Entre berces du Caucase (espécie ornamental) e as plantas vindas das coleções de Victor Lemoine e François Félix Crousse, encontramos duas relíquias desse movimento artístico: o Aquarium, obra de Weissenburger, e as portas do antigo ateliê de Emile Gallé.
Aquarium, obra de Lucien Weissemburger
Há também um túmulo no jardim: foi construído em 1901 a mando de Jules Nathan, crítico de arte, para abrigar o corpo da esposa. Foi originalmente colocado no cemitério da cidade e só em 1969 transportado para o jardim do museu. A obra é do arquiteto Girard e do escultor Pierre Roche e é um dos primeiros exemplos de arquitetura funerária em Art Nouveau de Nancy. Para quem aprecia esse movimento artístico, os jardins são uma parada quase que obrigatória depois da visita ao museu.
Jardin du Musée de l’École de Nancy
36, rue du Sergent Blandan
54000 Nancy
Horários: de quarta a domingo, das 10h30 às 18h.
O museu é pago, mas o jardim é gratuito
5) Jardin de la Citadelle – É um jardim privado aberto ao público. Tem 1270 m² e é meio escondido: logo após a porte de la Citadelle, você vai à direita na rua Henri Déglin e vê uma pequena entrada, sobe as escadas e voilà, acha o jardim.
A forma dos canteiros é como a dos antigos jardins medievais, mas a inspiração é da Renascença. Isso significa que é repleto de plantas medicinais e aromáticas: mesmo no final do inverno já dá para sentir alguns aromas. Ali estão plantadas rosas antigas, camomila, tomilho, entre outras culturas.
Jardin de la Citadelle
rue Henry Déglin
54000 Nancy
Horários: De 1º a 15 de outubro, das 8h às 18h. De 16 de outubro a fim de fevereiro, das 8h às 17h. De 1º de março a 31 de maio e de 1º a 30 de setembro, das 8h às 19h. De 1º de junho a 31 de agosto, das 8h às 21h.
Gratuito
6) Jardin d’Eau – Foi outra surpresa para mim. Com cerca de um hectare e meio, foi criado por Alexandre Cremetoff em 1996. Fica nas margens do rio Meurthe e do Canal de la Marne au Rhin.
É a união de plantas e – como o nome diz – água. Há muitas fontes e tanques (bassins) com plantas aquáticas, além de espaços margeados por árvores. Ao todo são sete bassins, sendo que cada um deles tem um tema vegetal diferente. São eles: Canal des Iris, Bassin de la Roselière, bassin des Typha, bassin du Miroir d’eau, bassin du Jet d’eau, bassin des Cent Fontaines e bassin des Nymphéas.
Jardin d’Eau
Entradas: entre o canal, e as ruas Bastien Lepage e la Mothe
54000 Nancy
Horários: fica aberto 24 horas, todos os dias.
Gratuito
7) Parc Charles III – Era o parque mais perto do meu hotel e tem cerca de 1,8 hectares. Foi criado em 1981 e aumentado em 2006. Possui várias áreas para esporte e alguns brinquedos para as crianças.
Parc Charles III
Entradas: 109 rue Charles III e 22 rue des Jardiniers
54000 Nancy
Horários: de 1º de outubro a 31 de março, das 8h às 18h. De 1º de abril a 31 de maio e de 1º a 30 de setembro, das 8h às 20h. De 1º de junho a 31 de agosto, das 8h às 21h.
Em comparação com os parques e áreas verdes de Paris, achei os de Nancy pequenos. Mas são bem bonitos e olha que fui durante o inverno. Fico imaginando como devem ser na primavera e verão, com as cerejeiras, roseiras e outras flores “em plena forma”. Enfim, mesmo com o frio, valeu a visita. São ótimos lugares para descansar, comer alguma coisa (fazendo ou não piquenique), observar o movimento ou mesmo olhar as crianças brincar, já que brinquedos para elas é o que não falta.
Jardin d’Eau
Como ir a Nancy
É muito fácil a partir de Paris. Basta pegar o TGV na Gare de l’Est com direção a Nancy. A duração da viagem é de cerca de 1h30. Para saber mais, consulte o site da SNCF
Sou de São Paulo, e moro em Paris desde 2010. Sou jornalista, formada pela Cásper Líbero. Aqui na França, me formei em História da Arte e Arqueologia na Université Paris X. Trabalho em todas essas áreas e também faço tradução, mas meu projeto mais importante é o Direto de Paris. Amo viajar, escrever, conhecer pessoas e ouvir histórias. Ah, e também sou louca por livros e animais.
[…] O museu tem também um jardim, realizado de acordo com as características da Art Nouveau. Mas já falei dele aqui neste texto sobre os Parques e Jardins de Nancy. […]
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Comentário (1)
Direto de Paris - Jornalismo em Paris
3 de maio de 2016 at 18:04[…] O museu tem também um jardim, realizado de acordo com as características da Art Nouveau. Mas já falei dele aqui neste texto sobre os Parques e Jardins de Nancy. […]