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Nancy – A Cidade dos portões dourados e da Art Nouveau

8 de agosto de 2015

Last Updated on 27 de agosto de 2019 by Renata Rocha Inforzato

Cada vez que faço uma viagem aqui na França volto encantada e impressionada com a quantidade de lugares interessantes para conhecer. E ao voltar de Nancy não foi diferente. A bela capital da região da Lorraine tem muita coisa a oferecer e ainda é praticamente desconhecida pelo turista brasileiro. Mas razões para visitá-la existem de sobra e aqui no post você vai saber por quê.

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O nome Nancy foi usado pela primeira em 1063, na época em que foi construída uma fortaleza no lugar sob ordens de Gérard d’Alsace, segundo duque de Lorraine. O nome teria sido uma adaptação de Nant, que quer dizer marais (pântano). Isso porque a primeira cidade teria nascido entre dois pântanos, nas bordas do rio Meurthe.

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Ao longo dos séculos, diversas muralhas foram sendo construídas, de acordo com o crescimento da população. Uma delas, do século XIV possuía duas portas, sendo que uma delas ainda existe, que é a Porta de la Craffe. Nessa época, a cidade se resumia praticamente na área da Grande Rue e essa parte ficou conhecida como Ville Vieille (Cidade Velha, na tradução literal).

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A Porte de la Craffe

O ducado de Lorraine ganha poder em 1420, com o casamento de Isabelle de Lorraine, herdeira do título, e René II d’Anjou, que era senhor de várias terras e rei de Nápoles. Isso faz com que ele seja cobiçado ao longo dos anos não só pela Coroa Francesa como também por outros senhores.

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Um deles é o duque de Bourgogne, Charles le Téméraire. Este último governava, além da Bourgogne, a região dos Flandres. E a Lorraine fica bem no meio dessas duas regiões. Então, para Charles conquistar esta área seria unir e aumentar seu território.

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Assim, ele invade Nancy em 1475; no ano seguinte, René II recupera o lugar. Até que em 1477, Charles tenta de novo tomar a cidade – e com ela o ducado da Lorraine -, mas perde. É a famosa Batalha de Nancy, que é vencida pelo duque da casa, e onde o da Bourgogne é morto.

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Dizem que a morte de Charles le Téméraire, o duque da Bourgogne, ocorreu por engano. O que é fato é que o corpo foi recuperado somente dias depois. Seu estado era lamentável: ele estava semicongelado, os lobos haviam devorado a metade do cadáver e Charles só foi reconhecido por causa das unhas longas que usava, pelo anel de duque e por uma cicatriz na nuca. Dizem que os habitantes de Nancy, que sofreram muito com o conflito, desfilaram diante do corpo do Téméraire.

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As consequências desta guerra foram boas para Nancy: a cidade se torna a capital do ducado da Lorraine e recebe uma série de construções, como o Palais Ducal, por exemplo. O lugar também recebe novos moradores, que constroem vários palacetes.

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No século XVI, a cidade ficou pequena e o duque Charles III decide construir ao sul uma cidade nova, que ficaria conhecida por Ville Neuve. Como era a época da chegada do Renascimento na França e o duque havia sido criado na corte francesa, quando volta para a Lorraine ele faz uma cidade de inspiração italiana, em forma de tabuleiro.

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O século XVII é uma época muito difícil para Nancy – e toda a Lorraine. O ducado era governado por Charles IV, que não era conhecido por sua diplomacia. Nessa época, o rei da França era Louis XIII, que tinha um problema com o próprio irmão, Gaston d’Orléans, que, até então, era o herdeiro do trono. Pois o duque de Lorraine foi acusado de apoiar o duque de Orléans contra Louis XIII. Assim, em 1633, a França invade a Lorraine e o Charles vai se refugiar com Ferdinand II, imperador do Sacro Império Romano-Germânico. Começa uma época de conflitos, fome e epidemia.

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Somente em 1697, através do Tratado de Rÿswÿck, é que o herdeiro do título, Léopold I, pode voltar a Nancy para governar. O ducado da Lorraine continua independente, mas como um protetorado Francês.

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O duque Léopold devolve o brilho à Nancy. Só que, em 1702, a cidade deixa de ser residência permanente dos duques. Talvez por causa das tropas francesas, que continuaram presentes no lugar, o novo duque se instala em Lunéville, onde constrói um castelo. Mas, mesmo morando fora, ele ergue suntuosos monumentos. A cidade se desenvolve: clero e burguesia constroem também.

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Já o filho do duque Léopold, que assume o ducado com o nome de François III, quase não se interessa pela Lorraine. Criado em Viena, ele queria se casar com Maria Theresia, filha do imperador romano-germânico Kalr VI (Carlos VI). O rei da França, Louis XV, não via com bons olhos a união da Lorraine e do império dos Habsburgos. Ao mesmo tempo, ele tinha outro problema para enfrentar: seu sogro, Stanislas Leszczynski, acabara de perder o trono da Polônia. O que fazer com um monarca sem reino e sem dinheiro?

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Como a França tinha poder sobre o ducado da Lorraine, o rei francês consentiria no casamento do duque com Marie-Thérèse com uma condição: que ele renunciasse ao ducado. Contra a vontade da mãe, François III concorda com a renúncia e, assim, assina o Tratado de Vienna. Louis XV, então, cede a Lorraine a Stanislas, que cuidaria da região a título vitalício. Segundo o acordo, ele seria o último duque de Lorraine, pois após sua morte o lugar seria anexado à França.

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E o que acontece com François, o ex-duque? Ele recebe como compensação o Ducado da Toscana, na Itália, pois último duque da família Médicis havia morrido sem descendentes. Depois, com a morte do sogro, Karl VI, ele se torna imperador do Sacro Império Romano-Germânico com o nome de François I. Ele é o pai de Marie Antoinette (Maria Antonieta) e avô da imperatriz do Brasil, Leopoldina.

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Voltando a Nancy: quando Stanislas “ganha” a Lorraine do genro, ele já tinha 60 anos. Essa era uma idade avançada para a época, então, todos esperavam que ele morresse logo e a região fosse em breve anexada à França. O que ninguém contava é que Stanislas viveria até os 89 anos e reinaria na Lorraine por quase 30 anos.

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Nesse tempo, ele fez maravilhas na cidade: criou todo um projeto arquitetônico de estilo clássico e instituiu medidas que o tornariam popular, como o ensino e atendimento médico gratuitos. O ex-rei Polonês colocou Nancy dentro das ideias do Iluminismo: a cidade fervilhava de atividade intelectual.

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Stanislas morre em 1766 pela manhã. No mesmo dia, à noite, é assinada a anexação da Lorraine à França. Nancy deixa de ser capital de um ducado para se tornar uma cidade de província.

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A Place Stanislas é bela durante o dia e à noite

A Revolução Francesa afeta pouco o lugar em comparação com outras cidades francesas. Já no século XIX, uma nova ascensão para Nancy: primeiro, por causa da Revolução Industrial. Jazidas de carvão são descobertas na região e a indústria começa a se desenvolver.

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O segundo fator é que, em 1871, com o Tratado de Frankfurt, que anexa a Alsace e uma parte da Lorraine à Alemanha, muita gente se exilou em Nancy, que ficou no lado francês. Assim, segue-se uma nova era de desenvolvimento e construções pela cidade, que chega a ter, em 1901, 103 mil habitantes.

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Novos bairros são criados, principalmente perto da estação. É dessa época que datam os imóveis em Art Nouveau da cidade. Essa nova corrente artística, que se inspira na natureza, vai colocar Nancy como uma das cidades de vanguarda na Europa. É nela que nasce a École de Nancy, em 1901, que reúne os principais artistas da Art Nouveau da cidade.

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Um exemplo de imóvel em Art Nouveau

Durante a Primeira Guerra, há alguns bombardeios nos arredores de Nancy, como a Batalha du Grand Couronnée, que deixa cerca de 500 mortos. Na Segunda Guerra, apesar da ocupação, a vida na cidade é pouco alterada. Ela é liberada pelas tropas aliadas em 15 de setembro de 1944.

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Nos anos 1970-1980, a crise siderúrgica afeta a indústria da cidade. Mas, mais uma vez, Nancy soube se reinventar. Em 1983, tem a Place Stanislas e o conjunto arquitetônico do século XVIII inscritos na lista de Patrimônio Mundial da Unesco.

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Place Stanislas vista do primeiro andar do Hôtel de Ville

Ao mesmo tempo, o turismo, o comércio e diversos serviços se desenvolvem pela cidade. Vários bairros são renovados, como, por exemplo, o chamado Rives de Meurthe (margens do Meurthe), que fica entre o rio de mesmo nome e o Canal de la Marne au Rhin (Canal do Marne ao Reno). Ele representa 20% do território urbano. Arrumado em 1990, hoje o bairro acolhe diversas universidades e é um passeio super gostoso, ainda mais no final da tarde.

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As atrações de Nancy

Apesar de não ser uma cidade grande para os nossos padrões, em Nancy há muita coisa para se ver. O negócio é adaptar ou fazer uma triagem nas atrações, de acordo com o tempo de viagem de cada um. Nessa e nas próximas publicações, vou colocar os lugares que visitei, mas é bom lembrar que não é uma lista definitiva, pois há muita coisa que não conseguir ver.

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Place Stanislas

É uma place royale, ou seja, criada para exaltar um soberano e com construções regulares – já expliquei sobre esse tipo de praça aqui. A de Nancy foi criada em pelo duque Stanislas, em 1752, e simbolizou a ligação entre a Ville Vieille (cidade velha) e a Ville Neuve (a nova). Como praça real, seu antigo nome era Place Royale e ao centro tinha a estátua de Louis XV vestido como os imperadores romanos.

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Ela foi construída em um terreno até então vazio e o projeto é do arquiteto preferido de Stanislas: Emmanuel Héré, que misturou dois estilos: o clássico e o rocaille. O edifício principal e mais imponente é o Hôtel de Ville (prefeitura). Nos outros dois lados as construções possuem a mesma altura. São elas: o antigo palacete do intendente de Stanislas (hoje Grand Hotel), o Hôtel des Fermes (que hoje abriga o Teatro-Ópera de Nancy), a antiga escola de Medicina (atualmente sede do Musée des Beaux-Arts) e o Pavillon Jacquet (que abriga o Café Foy). Em frente ao Hôtel de Ville, as construções são mais baixas por causa de defesa.

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Cada rua que leva à praça é decorada com portões feitos por Jean Lamour. Eles são em ferro forjado, folheados a ouro e com os emblemas do rei da França, que são a coroa, a Flor de Lis e o galo.

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Duas belas fontes de chumbo decoram a praça. Elas são obras de Barthélémy Guibol e uma representa Netuno e a outra Anfitrite, sua esposa do deus. Dizem que a foi inspirada em Madame de Bouffers, considerada a mulher mais bela da corte de Stanislas.

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Uma das fontes
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A fonte de Anfitrite

A estátua de Louis XV, que ficava no centro da praça, foi destruída durante a Revolução Francesa. Após discussões sobre colocar outra ou não, em 1831, decidiu-se colocar uma estátua de Stanislas, obra de Georges Jacquot, e rebatizar a praça com seu nome. Ela faz parte dos monumentos inscritos na lista de Patrimônios Mundiais da Unesco. Em 2005, foi restaurada e virou exclusiva para os pedestres

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Place de la Carrière

Também faz parte da lista da Unesco. Foi criada no século XVI e serviu por muito tempo para torneios. No século XVIII, Stanislas remodela o lugar, fazendo da praça uma espécie de prolongamento da Place Stanislas.

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Ela é cercada por duas fileiras de construções uniformes e retilíneas, e que terminam, cada uma, em pavilhões também simétricos. O centro é formado por um passeio, cercado por fontes e esculturas.

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Ao sul, duas construções estão frente a frente: o Hôtel de Beauvau-Craon, que abriga a Cour d’Appel (Tribunal de Apelação), construído em 1715 pelo famoso arquiteto Germain Boffrand; e a Bourse des Marchands, hoje Tribunal Administrativo, que foi construída por Emmanuel Héré, tendo como modelo a obra de Boffrand.

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Hôtel de Beauvau-Craon

Ao norte, há o Palais du Gouvernement, que é o antigo palácio do intendente do rei. Ele também é de estilo clássico e é cercado por duas fileiras de colunas que formam um semicírculo decorado por estátuas de troféus militares e guerreiros turcos (referência à vitória do duque Charles V contra os Otomanos).

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Palais du Gouvernement
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O Semicírculo

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Atenção para algo muito interessante, que pode passar despercebido: atrás da fileira de casas à direita (para quem vai em direção ao Palais du Gouvernement, há a Rue des Écuries. Ela leva esse nome porque era onde ficavam os estábulos ducais na época em que a praça ainda servia para torneios. Hoje abriga residências e é uma graça.

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Rue des Écuries
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A Place de la Carrière vista do Palais du Gouvernement.

Arc de Triomphe

Liga a Place Stanislas à Place de la Carrière. Também construído a mando de Stanislas por Emmanuel Héré, no século XVIII, e tem inspiração no Arco de Sétimo Severo, em Roma. As inscrições em baixo relevo, os altos relevos, assim como as esculturas e o medalhão celebram a glória de Louis XV.

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No topo, as estátuas das divindades Fama (com o trompete), Paz e Minerva. Esta última está com o medalhão representando o soberano francês. Na cornija, Ceres, Minerva, Marte e Hércules, que representam a guerra e paz. Dois dos baixos relevos mostram Apolo tocando a lira entre as musas e ele matando o dragão. O central representa Minerva e Mercúrio. A alusão aqui também é à glória do rei, já que Apolo é considerado o deus do Sol e o príncipe vitorioso, qualidades de um soberano. O Arco do Triunfo também é Patrimônio Mundial da Unesco.

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O topo do arco e o relevo central

Parc de la Pepinière
Fica à direita do Palais du Gouvernement, para quem chega da Place de la Carrière. É um jardim de 21 hectares criado para servir como viveiro (pepinière) para as árvores que seriam plantadas nas margens das estradas da região. No século XIX, torna-se um parque, com jardins, quiosques e várias obras. Destaque para a estátua de Claude Gellée, um dos mais famosos pintores franceses, que ficou conhecido como Le Lorrain. A obra é de Auguste Rodin.

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Parc de la Pepinière
Entradas pela Place Stanislas ou pelo Boulevard du 26e RI ou pela rue Sigisbert Adam
Horários: de 1º de novembro a 31 de março, todos os dias, das 6h30 às 20h; de 1º de abril a 31 de maio e de 1º de setembro a 31 de outubro, das 6h30 às 21h; e de 1º de junho a 31 de agosto, das 6h30 às 22h30.
Gratuito

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Le Lorrain por Auguste Rodin

Place d’Alliance.

Saindo da Place Stanislas pela rue Sainte-Catherine e depois virando à direita, fica a Place d’Alliance. Ela também foi construída pelo último duque de Lorraine, em 1756, para celebrar a aliança entre a França e os Habsburgos, concluída depois da guerra pela sucessão do trono do Sacro Império Romano-Germânico. Era uma forma de Stanislas homenagear o sogro, Louis XV, e também o seu antecessor no ducado, François III, que havia acabado de se tornar imperador.

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É uma praça mais íntima, construída no lugar onde ficava o pomar dos duques. Dizem que para acelerar a construção e atrair moradores ricos, Stanislas doou os terrenos e reembolsou os gastos com as fachadas. Por isso, a existência dos belos palacetes que vemos hoje. A construção durou dez anos.

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No centro da praça, há uma fonte criada por Paul-Louis Cyfflé, inspirada na Fontana Dei Quattro Fiumi (Fonte dos Quatro Rios), de Bernini, em Roma. A decoração da obra de Cyfflé celebra a aliança entre os dois países (França e Áustria).

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Tradução do medalhão: Tratado Eterno de Concórdia, 1756

Place Vaudémont
Passando o Arc de Triomphe e entrando à esquerda, está a Place Vaudemont. No verão, a praça fica cheia de mesas dos restaurantes ao redor. Ela fica no lugar da antiga Porte Saint-Nicolas, uma das portas medievais da cidade e hoje destruída. O destaque é a estátua de Jacques Callot, um gravurista de Nancy, que trabalhava para o rei da França e denunciava a miséria da região no século XVII.

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Grande Rue
É o coração da Nancy medieval. Nela, há vários restaurantes, galerias e também lojas bem simpáticas. A maioria das construções conserva seu aspecto de origem, o que faz do passeio uma verdadeira volta ao tempo, assim como as ruas ao redor. No número 30, há a data 1477 e uma placa: trata-se do local onde o corpo de Charles le Téméraire foi colocado, depois de ser morto na batalha de Nancy.

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O lugar onde foi colocado o corpo de Charles Le Téméraire

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Palais Ducal (Palácio Ducal)
Foi construído no século XVI pelo duque René e por Antoine, seu filho, no lugar de um antigo palácio danificado na Batalha de Nancy. Abriga, desde 1848, o Musée Lorrain, sobre o qual vou falar melhor no post sobre os Museus de Nancy. É nele que está situada a Église (igreja) des Cordeliers, igreja que guarda os túmulos dos duques de Lorraine.

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Musée Lorrain – Palais Ducal
64 Grande Rue
54000 Nancy
Horários: de terça a domingo, das 10h às 12h30 e das 14h às 18h.
Tarifas – Palais Ducal : 4 euros, reduzida: 2,50 euros; Église et Couvent des Cordeliers: 3,50 euros, reduzida: 2 euros; Palais Ducal e Cordeliers na mesma visita: 5,50 euros, reduzida: 3,50 euros. Gratuito no primeiro domingo do mês.

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Église des Cordeliers

Place Saint-Èpvre
Andando pela Grande Rue cruzamos com ela. Ali era o antigo mercado da cidade medieval. Era cercada por arcadas. No centro, está uma fonte com a estátua equestre do duque René II, obra do século XIX. Ali, ao lado, a Basilique de Saint-Èpvre, construída no século XIX em estilo Neogótico.

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Basilique de Saint-Èpvre
Horários: sábados, das 16h30 às 18h

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Porte de la Craffe
Foi construída no século XIV e é uma das mais bonitas de Nancy. É a única que resta do período medieval.

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Cours Léopold
Na Porte de la Craffe, entrando na rue de la Craffe, chegamos ao Cours Léopold. Trata-se de um passeio, cercado por imóveis em estilo Art Nouveau. É uma região bem agitada e jovem, pois é ali ao lado que fica a faculdade de Direito e Ciências Econômicas da Universidade da Lorraine.

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Em uma das pontas do Cours Léopold fica a Porte Désilles e na outra a Place Carnot, com seu obelisco

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Porte Désilles
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Place Carnot

Place Charles III
Era onde ficava o Hôtel de Ville antes da época de Stanislas. Hoje é cercada, entre outros, pela igreja Saint-Sébastien e pelo Mercado Coberto.

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Cathédrale Notre-Dame de l’Annonciation
No começo do século XVII, Charles III decide construir uma igreja primatial. Mas por causa da dominação francesa, a construção só começa em 1700. Em 1777, ela é elevada ao status de catedral. O destaque aqui é para os portões feitos por Jean Lamour – como os da Place Stanislas – e François Jeanmaire.

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Cathédrale Notre-Dame de l’Annonciation
56 Place Monseigneur Ruch
54000 Nancy
Horários: todos os dias, das 9h às 18h.

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Église de Notre-Dame de Bon-Sécours
Construída entre 1738 e 1741, por Emmanuel Héré a mando de Stanislas, no lugar de uma igreja mais antiga. É uma obra-prima do Barroco e abriga os túmulos do último duque de Lorraine e de sua esposa, Catherine Opalinska.

Place du Général de Castelnau
54000 Nancy
Horários: sábados, das 14h às 17h.

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As construções em Art Nouveau
Estão espalhadas pela cidade, como, por exemplo, nas ruas Saint-Dizier e Des Dominicains, que são cheias de comércio e ficam perto da Place Stanislas.

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Outros imóveis marcantes do estilo são: o Musée de l’École de Nancy, que reúne obras dos principais artistas do movimento, como Émile Gallé e Victor Prouvé; e a Ville Majorelle, construída por Louis Majorelle, outro nome forte da Art Nouveau. Vou falar destes dois museus em um texto separado.

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Villa Majorelle
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Interior da Villa Majorelle

O Canal de la Marne au Rhin
Como o nome diz, é o Canal que liga o rio Marne ao Reno. Ele tem mais de 300 quilômetros e a parte que corre em Nancy é muito interessante. O caminho das margens é muito gostoso e passa por um porto onde no verão é possível fazer passeios de barco.

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Outra coisa que achei muito bonita foi o Jardin d’Eau, onde a água forma um belo conjunto com a arquitetura moderna. A frequentação é principalmente de jovens, pois ali nos arredores também há faculdades e escolas de arquitetura, engenharia e tecnologia.

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Dá para fazer passeios de barco pelo canal, partindo do Port de Plaisance, no Quai Sainte Catherine. A empresa que faz se chama La Bergamote e são dois percursos diferentes: o primeiro sai às 15 horas e passa pelos principais monumentos de Nancy. O segundo percurso sai às 16h30 e vai até a eclusa de Jarville (uma cidade vizinha).
Horários: de 4 de abril a fim de outubro, todos os finais de semana. Do dia 11 a 26 de abril e em julho e agosto, todos os dias
Dois percursos por dia: 15 horas – percurso 1. E 16h30 – percurso 2.
O valor é 11 euros por passeio e ele dura 1h10.
Há também cruzeiros com almoço e jantar durante o ano todo, nos finais de semana. Saiba mais aqui

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O barco Le Bergamote à direita na foto

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Os passes para visitar a cidade
Para economizar nas atrações pagas, o Office de Tourisme da cidade oferece vários tipos de passe: um deles é Nancy City Pass, que vale para seis museus de Nancy e arredores, um bilhete de transporte com duração de 24 horas, uma visita guiada ou com áudio-guia e 50% no aluguel da Vélostan (a rede de bicicletas da cidade). O valor é 16 euros.

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O Musée de l’École de Nancy

Outro tipo de passe é o Pass Musées, que vale 10 dias e dá entrada a 6 museus de Nancy e arredores. Ele custa 10 euros. E tem ainda a Carte Musées, que vale por um ano e dá visitas ilimitadas a duas pessoas nos seis museus da cidade e das redondezas. O valor é de 40 euros. Para saber mais sobre todos eles, é no site do Office de Tourisme.

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O Musée des Beaux-Arts

Aluguel de bicicletas
A Nancy dispõe de alugueis de bicicletas implantados pela prefeitura, chamados VélOstan’lib. Há serviços de 1 e 7 dias que você pode comprar somente pela internet. O pagamento é feito por cartão de crédito e na ocasião um caução de 150 euros é retido, que é devolvido quando você devolve a bicicleta. O valor para usar o serviço de 1 dia é 1,50 euros e o de 7 dias, 5 euros.

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A utilização é similar ao Vélib de Paris: você pega a bicicleta em uma das estações e usa 30 minutos até colocá-la de volta em outra estação e, se precisar, pega outra para mais 30 minutos e assim por diante. Você pode usar quantas bicicletas quiser, desde que troque no tempo estabelecido. Se passar de 30 minutos com a mesma bicicleta, o valor é 1 euro a cada meia hora a mais. Você, ao acessar o site, pode escolher comprar o serviço com até sete dias de antecedência à primeira utilização. Atenção: turistas estrangeiros só podem comprar pela internet, porque nas estações o pagamento com cartão de crédito brasileiro não funciona. Saiba mais aqui.

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Já para alugar bicicletas de vários tipos para usar na cidade e nos arredores também, o serviço é VélOstan’boutic. Os aluguéis vão de meio dia até um ano e o preço varia de acordo com a duração e o modelo escolhido. Só que diferentemente do VélOstan’lib, o aluguel somente é feito nas lojas do serviço e não precisa ficar trocando de bicicleta a cada 30 minutos. Para saber os endereços e valor, acesse aqui.

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Como ir a Nancy
Em Paris, você pega o trem na Gare de l’Est em direção a Nancy. A viagem dura mais ou menos 1h30. Para saber os preços e comprar a passagem, acesse o site da SNCF (empresa de trens francesa).

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Apesar de não ser considerada uma cidade pequena, dá para fazer tudo a pé em Nancy. O lugar mais longe que achei foi o Musée de l’École de Nancy. Mas, no caso de você se cansar, pode pegar o transporte público também. Eu usei tanto os ônibus quanto os tranways e achei tudo bem sinalizado. O valor do passe de uma hora é 1,30 euros comprando em uma das máquinas (se comprado direto com o motorista, no caso é 1,50 euros). Há também outros tipos de bilhetes. Lembrando que com o Nancy City Pass você tem 24 horas de transporte público na cidade. A empresa que cuida dos transportes em Nancy é a Stan e o site dela é esse aqui

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Renata Rocha Inforzato

Sou de São Paulo, e moro em Paris desde 2010. Sou jornalista, formada pela Cásper Líbero. Aqui na França, me formei em História da Arte e Arqueologia na Université Paris X. Trabalho em todas essas áreas e também faço tradução, mas meu projeto mais importante é o Direto de Paris. Amo viajar, escrever, conhecer pessoas e ouvir histórias. Ah, e também sou louca por livros e animais.

Comentários (20)

  • Vaneza Narciso Responder    

    9 de agosto de 2015 at 2:02

    Olá Renata,

    Esta é uma cidade que sempre quis conhecer, porém há poucas informações na internet sobre ela. Seu post está muito bom e farei uso quando tiver a oportunidade de visitar a França.

    Parabéns!

    • Renata Inforzato Responder    

      9 de agosto de 2015 at 12:38

      Oi Vaneza, pois é, eu tb não achei muita coisa quando viajei para lá. Mas é uma cidade apaixonante e espero que venha logo para poder conhecê-la. Obrigada pela visita e pelo comentário, bjs

  • Nancy de porta em porta | Direto de Paris Responder    

    23 de agosto de 2015 at 17:01

    […] coisa que notei muito em Nancy foi a quantidade de “Portes” (portas). Nas cidades francesas, elas são muitas, mas parece que […]

  • Nancy – um tour pelas igrejas da cidade | Direto de Paris Responder    

    20 de outubro de 2015 at 21:34

    […] coisa que reparamos no interior são as grades douradas que fecham as capelas. Elas são como as da Place Stanislas, pois foram executadas pelo mesmo artista, Jean Lamour (de 1751 a 1755), junto com seu aluno, […]

  • Nancy – entre parques e jardins da cidade - Direto de ParisDireto de Paris Responder    

    5 de dezembro de 2015 at 21:17

    […] fazer um texto separado? Pois este é um desses posts. Depois de falar do hotel em que fiquei, da cidade em geral e das portas e arcos do triunfo, agora é a vez dos parques e jardins. Não é uma lista […]

  • Daiane Weber Responder    

    15 de janeiro de 2016 at 19:02

    Boa tarde, Renata!

    Por gentileza, você tem algum e-mail para contato?
    Abs.

  • Retrospectiva 2015 - demorou, mas saiu - Direto de ParisDireto de Paris Responder    

    5 de fevereiro de 2016 at 5:14

    […] de Patrimônios Mundiais da Unesco. Já escrevi bastante sobre a cidade. Se quiser saber mais sobre Nancy, é só clicar no […]

  • Direto de Paris - Jornalismo em Paris Responder    

    3 de maio de 2016 at 18:03

    […] por causa das mudanças do blog, aqui estou de volta. E desta vez para falar dos museus de Nancy. Engana-se quem pensa que, na França, só em Paris é que podemos ver obras-primas. Não! Elas […]

  • Cássia Queiroz Responder    

    8 de maio de 2018 at 19:15

    Fiquei muito feliz em encontrar um post tão completo e com tantas informações sobre a história dessa cidade. Surpreendente! Parabens!

    • Renata Rocha Inforzato Responder    

      9 de agosto de 2018 at 11:25

      Oi Cássia, obrigadão!!! Bom ver pessoas que se interessam pela história e cultura dos lugares. É para vocês assim que escrevo. bjs

  • Angelucci Responder    

    19 de maio de 2018 at 6:58

    Olá Renata, parabéns por sua matéria, completíssima e agradável. Amanhã continuarei lendo. Eu devo estar em Nancy entre os dias 23 `24 de junho. Farei um curso de verão a partir do dia primeiro de julho, assim pergunto, se você pode me indicar um hotel, que fique numa boa rua de comércio, ou o melhor endereço. Vou alguns dias antes do curso começar e vi o hotel revotel, mas parece ser longe do centro comercial. Desde já agradeço sua possivel ajuda. Mais uma vez Parabéns!

    • Renata Rocha Inforzato Responder    

      9 de agosto de 2018 at 11:16

      Oi Angelucci, poxa, só agora vi seu comentário. Espero que você tenha fuçado aqui no blog, já que tenho a dica do hotel onde fiquei. Um abraço

  • Regina Responder    

    7 de junho de 2018 at 14:00

    Gostei muito de suas informações. Parabéns! Seu site ainda está ativo?

  • Lícia Sacramento Paixão Responder    

    1 de agosto de 2018 at 14:34

    Só em olhar as fotos fiquei apaixonado por Nancy.
    Parabéns Renata Inforzato, por mostar as fotos com a história.

  • Gilvando Sá Leitão Rios Responder    

    11 de julho de 2019 at 19:00

    Renata, gostei muito de suas informações históricas, arquitetônicas e turísticas sobre Nancy, cidade que pretendo visitar, motivado que fiquei em função das mesmas, obrigado

  • jefferson koerich Responder    

    21 de agosto de 2019 at 3:35

    olá Renata! Adorei as dicas e a aula de história sobre Nancy! Estou indo pra Luxemburgo e qual cidade nessa Região vc me indicaria para passar apenas 1 dia? Nancy mesmo ou alguma outra cidade como Metz? abraço

  • 15 sugestões de bate e volta a partir de Paris - Turista Profissional Responder    

    23 de fevereiro de 2021 at 23:57

    […] Nancy: de trem na Gare de L’Est – […]

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