Comer & Beber

Um restaurante cheio de sabor e de solidariedade

16 de janeiro de 2020

Last Updated on 16 de janeiro de 2020 by Renata Rocha Inforzato

Ouvi falar deles há alguns meses, mas só recentemente pude conhecer ao vivo. O Le Pop UP não é um restaurante comum e vou explicar o motivo.

Restaurante

Para começar, o lugar é administrado pela empresa Les Cuistots Migrateurs, que cuida da inserção de refugiados na sociedade francesa por meio da gastronomia. Isso quer dizer que quem comanda os fornos e fogões no Le Pop Up são os refugiados. E são eles os garçons também.

Restaurante

São iranianos, sírios, etíopes, iraquianos, nepaleses, afegãos e outras nacionalidades; pessoas que tiveram que sair de seus países por causa de guerras, opressão religiosa e outros fatores. A grande maioria já trabalhava em cozinhas e restaurantes em suas nações de origem e, com a ajuda da empresa, agora podem continuar exercendo suas profissões na França. E nós só temos a ganhar, porque, olha, a comida é deliciosa.

Zanjabil

Chamei uma amiga para ir comigo ao restaurante. Chegando lá, fomos acolhidos por uma iraniana muito simpática (eu perguntei o nome dela, mas, como faz mais de um mês que fui ao restaurante, esqueci! Fica a lição para eu publicar os textos mais rapidamente). Ela nos apresentou o conceito do lugar: podemos pedir à la carte, mas também o menu. Um dos menus é composto por uma salada, um mezzé e um salgado e custa a partir de 10 euros. O outro é formado por um prato e um ou dois acompanhamentos, valores a partir de 12 euros.

Restaurante

Nós pedimos, cada uma, o menu com um prato e um acompanhamento, ou seja, um mezzé e um prato. Depois, não resistimos e comemos um doce. Mezzé é o nome genérico usado para designar um conjunto de pequenos pratos. Esses pratos são servidos aqui como entrada ou para “beliscar”. Eu pedi um Begun Bhorta, do Bangladesh, que é feito com caviar de berinjela, especiarias e coentro. Minha amiga pediu o Keshke, que é originário da Síria, feito com triguilho, iogurte, nozes e menta. Os dois estavam muito bom.

Keshke
Keshke, uma receita da Síria

Como prato, nós duas pedimos, cada uma, um Bolani, uma delícia do Afeganistão, que é uma massa folhada recheada com batata e alho-poró e vem acompanhada por um creme de abacate. Também estava uma delícia. De sobremesa, um brownie com tâmaras, tahine (um creme feito com sementes de gergelim) e anis verde. O mais engraçado foi com a bebida: detesto gengibre. Minha amiga pediu um Zanjabil, que vem da Síria e é um suco de gengibre com limão. Por engano, me serviram a mesma coisa. E não é que é uma delícia?! O restaurante também serve refrigerantes, cervejas e vinhos.

Bolani
Bolani, um prato do Afeganistão

Foi uma refeição deliciosa e diferente. No total, a conta deu 19,50 euros para cada uma (mezzé, prato, bebida e sobremesa). A maioria dos pratos é sem carne, o que é uma opção e tanto para os vegetarianos. O Le Pop Up também serve brunch aos finais de semana e cafés, chás, salgados e doces a qualquer hora do dia. Além do restaurante, a empresa também prepara refeições em eventos, como Mercados de Natal, por exemplo. Os pratos servidos no Le Pop Up podem ser para viagem, com o valor de 1 euro a mais. O restaurante por enquanto é temporário: a previsão inicial é que ele funcione até setembro de 2020. Mas o pessoal já me disse que a ideia é que ele seja permanente, seja nesse endereço ou em outro. Vou ficar de olho!

Restaurante

Le Pop Up
81 Boulevard Voltaire
75011 Paris
Metrô Saint-Ambroise – linha 9.
Telefone: +33 9 86 57 47 46
Horários: de terça a domingo, de 10h às 18h
O menu do almoço é até às 15h durante a semana.
Cafés, chás, doces e salgados podem ser servidos durante o dia todo.
Brunch aos sábados e domingos.
Para saber mais, veja o site oficial do Les Cuistots Migrateurs

Begun Bhorta
Esse, à esquerda, é o Begun Bhorta, uma delícia do Bangladesh

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Renata Rocha Inforzato

Sou de São Paulo, e moro em Paris desde 2010. Sou jornalista, formada pela Cásper Líbero. Aqui na França, me formei em História da Arte e Arqueologia na Université Paris X. Trabalho em todas essas áreas e também faço tradução, mas meu projeto mais importante é o Direto de Paris. Amo viajar, escrever, conhecer pessoas e ouvir histórias. Ah, e também sou louca por livros e animais.

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