Museus

Cinco museus menos lotados para visitar em Paris

15 de junho de 2020

Last Updated on 16 de agosto de 2023 by Renata Rocha Inforzato

Paris tem uma infinidade de museus. Porém, os turistas, muitas vezes, visitam somente os mais famosos, deixando de lado lugares igualmente importantes e cheios de obras-primas.

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Musée Jacquemart-André

Em primeiro lugar, quero deixar claro que esta não é uma lista que exclui todas as outras. Na verdade, a cidade está cheia de pequenos e médios museus menos frequentados e que valem a pena a visita. O critério da minha lista é abordar cinco museus de Paris com acervos extraordinários e que merecem ser tão visitados quanto o Louvre ou o Musée d’Orsay, por exemplo. São lugares que conheço muito bem e sobre os quais já escrevi em detalhes aqui. Vamos a eles:

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Musée Marmotttan-Monet

1) Musée de Cluny
Para quem, como eu, é apaixonado por Arte Medieval, aqui é o lugar. Apesar de ser um dos grandes museus de Paris e de ficar no Quartier Latin, um bairro bem turístico, ele não é invadido por uma multidão de turistas. Ao contrário, muitas vezes visitei-o quase vazio.

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O Musée Cluny ocupa um local bem histórico. Ele está onde funcionavam as Thermes de Cluny, que datam do século I d.C., quando Paris fazia parte do Império Romano. Depois as ruínas foram incorporadas na área de um palacete, o Hôtel de Cluny, que data do final da Idade Média. Em 1832, o palacete é comprado por Alexandre Du Sommerard, colecionador de arte medieval. Em 1843, ele morre e o Estado adquire a propriedade e a coleção. Assim, em 1844, o Musée de Cluny é inaugurado e Edmond Du Sommerard, filho de Alexandre, é o primeiro diretor.

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Exemplos de vitrais medievais

No museu, encontramos obras de vários séculos da Idade Média. Há esculturas religiosas, retábulos, iluminuras, objetos preciosos, tapeçarias, etc. A obra mais famosa do acervo é La Dame à la Licorne (A Dama e o Unicórnio), um conjunto de seis tapeçarias realizado por volta de 1500. Outra curiosidade é que os elementos encontrados nas ruínas das termas também fazem parte da coleção do museu. Para saber mais, veja o post sobre o Musée Cluny aqui no blog.

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Uma das tapeçarias da série La Dame à la Licorne, (por volta de 1500)

2) Musée Marmottan-Monet
O Marmottan é conhecido por ser o museu que abriga a maior coleção de obras de Claude Monet e de Berthe Morisot. Mas ele também atrai os amantes da arte do final do século XVIII e começo do XIX, período histórico conhecido como Consulado e Primeiro Império.

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Explico: é que o proprietário do palacete, o Hôtel Marmottan, era Paul Marmottan, apaixonado pela pintura dessa época (final do século XVIII e começo do XIX). O pai dele, Jules Marmottan, era industrial e colecionador de arte medieval e renascentista e, antes de morrer, deixa a coleção para o filho. Paul, então, a enriquece, acrescentando as obras do seu período favorito. Sem herdeiros, em 1932 ele doa em testamento o palacete e as coleções para a Académie des Beaux-Arts, que, em 1934, abre um museu.

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Obras de Berthe Morisot

Anos depois, o museu recebe várias doações de colecionadores de arte. Michel, filho de Claude Monet, já no final da vida, em 1966, doa a coleção de obras realizadas pelo pai – e também as dos amigos compradas por Monet – ao Marmottan. Assim como Anne Rouart, viúva do neto de Berthe Morisot, que lega ao museu todas as obras de arte que possuíam. Assim, o Marmottan passa a abrigar a maior coleção desses dois artistas. Uma ironia do destino: Paul Marmottan também escrevia sobre arte e detestava o Impressionismo. Mal sabia ele que seu palacete seria inundado de obras do movimento e que seu nome seria ligado para sempre ao de Monet para batizar o museu. Para mais informações, veja esse guia do Musée Marmottan-Monet.

Monet
Obras de Claude Monet

3) Petit Palais
O Petit Palais está longe de ser desconhecido. Localizado ali pertinho da Champs-Elysées, muitos turistas passam diariamente em frente a ele. Porém, uma quantidade muito menor entra ali. Tanto é que já tive várias salas do museu só para mim.

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O que é uma pena, pois este palácio construído para a Exposição Universal de 1900 é um verdadeiro sonho. Tanto sua arquitetura e sua decoração, como também a maravilhosa coleção que ele abriga. São obras que vão desde o período greco-romano até aquelas do começo do século XX.

Esculturas

Enquanto visitamos suas belas salas, não sabendo para onde olhar em meio a tanta beleza, nos deparamos com obras de Monet, Renoir, Eugène Delacroix, Rodin, Gustave Courbet, só para citar algumas. O percurso da visita é bem didático e um verdadeiro mergulho na História da Arte. E o melhor: a visita é gratuita. Somente as exposições temporárias são pagas. Para saber mais sobre o museu e as obras-primas, veja o texto sobre o Petit Palais.

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Claude Monet – Soleil couchant sur la Seine à Lavacourt, effet d’hiver, 1880

4) Musée Delacroix
Eugène Delacroix foi um dos maiores artistas do século XIX. Pintor, ele tem várias obras espalhadas por diversos museus, como o Louvre, por exemplo. O museu que leva seu nome fica no último lugar em que o artista viveu, no bairro de Sant-Germain-des-Prés.

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Em 1857, ele escolheu este local porque fica perto da igreja Saint-Sulpice, onde ele trabalhava na realização da decoração da capela de Saints-Anges. Já não tão jovem, Delacroix não queria ter que andar muito para chegar até a igreja.

Musée Delacroix

A visita ao Musée Delacroix é uma verdadeira imersão na vida e obra do pintor. Ali vemos seu ateliê, nos fundos da residência, com as suas obras e temos uma ideia do ambiente em que ele trabalhava. Também visitamos os cômodos da casa e vemos seus objetos de trabalho, como as paletas e pincéis, e também outras obras de arte que ele comprava ou ganhava, além de objetos trazidos de suas viagens. O museu tem a mesma administração que o Louvre e o ingresso de um dá desconto para o outro. Neste texto do blog conto mais detalhes sobre o Musée Delacroix.

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Eugène Delacroix – Madeleine au désert

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5) Musée Jacquemart-André
Assim como o Marmottan, este museu aqui também foi formado a partir de um colecionador de arte. Aqui no caso é o casal Edouard André e Nélie Jacquemart. Ele era um banqueiro, que já colecionava obras de arte. Ela, uma pintora. Os dois se apaixonaram quando ela foi fazer um retrato dele, em 1872. Daí se casaram e passaram a viajar, principalmente para a Itália, para adquirir obras de grandes artistas italianos do Renascimento.

Jacquemart-André

Outra paixão do casal era pela arquitetura e decoração do século XVIII. Por isso, eles construíram e decoraram o palacete de acordo com esta época. Já viúva, Nélie Jacquemart doa a residência e a coleção de arte para o Institut de France, em 1912, com a condição de que nada fosse alterado e que o lugar virasse um museu, o que acontece um ano depois.

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Hoje, ao visitarmos o Musée Jacquemart-André, vemos as duas paixões do casal. Uma parte da visita é composta pelos cômodos decorados como no século XVIII, como, por exemplo, a sala de jantar, o salão de música, etc. A outra parte, no primeiro andar, é dedicada à coleção do casal. Ali podemos apreciar obras artistas como Donatello, Botticelli, Giovanni Bellini, Andrea Mantegna, entre outros. Além disso, é o museu mais perfumado que conheci. Para saber mais, veja este guia completo do Musée Jacquemart-André.

Mantegna
Andrea Mantegna – La Vierge et l’Énfant entre Saint Jérôme e Saint Louis de Toulouse, 1455

Estes são alguns dos museus fora do circuito turístico tradicional. Além das belas coleções, todos eles abrigam excelentes exposições temporárias que merecem serem visitadas. Para conhecer museus fora da rota turística na Itália, acesse o Itália para brasileiros e para ver os da Espanha, vá ao Turomaquia

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Petit Palais

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Renata Rocha Inforzato

Sou de São Paulo, e moro em Paris desde 2010. Sou jornalista, formada pela Cásper Líbero. Aqui na França, me formei em História da Arte e Arqueologia na Université Paris X. Trabalho em todas essas áreas e também faço tradução, mas meu projeto mais importante é o Direto de Paris. Amo viajar, escrever, conhecer pessoas e ouvir histórias. Ah, e também sou louca por livros e animais.

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