Troyes

Troyes – a cidade que tem a forma de uma rolha de Champanhe

25 de agosto de 2016

Last Updated on 27 de agosto de 2019 by Renata Rocha Inforzato

Troyes é uma cidade francesa, que fica a 160 quilômetros de Paris, na região de Champagne-Ardenne (Alsace-Champagne-Ardenne-Lorraine). Ela possui um centro histórico bem preservado e uma grande quantidade de lugares interessantes para visitar, fora que é um paraíso para os amantes das compras.

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A história de Troyes é quase tão antiga quanto a da França. Há traços de ocupação desde o século VI antes de Cristo. Os primeiros habitantes conhecidos do lugar foram os Tricasses, que se instalaram nos arredores do Sena, que passa por ali perto, não propriamente onde está a cidade hoje.

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Quando César domina a região, esse povo gaulês se integra com os romanos. Um pouco mais tarde, no ano de 22, já no reinado de Augusto, acontece a construção da Via Agrippa, que liga Milão a Boulogne-sur-Mer, na França. Essa nova rota atravessa o antigo território dos Tricasses. Então, no ano de 42, uma nova cidade é criada: Augustobona, em homenagem ao imperador Augusto. Em 212, ela muda de nome e passa a se chamar Tricassium. No Alto Império, chega a ter seis mil habitantes e 80 hectares.

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A partir do século II, Troyes começa a sofrer com as invasões bárbaras. É desta época que data a construção da primeira muralha, que fecha a cidade em 16 hectares. As primeiras igrejas aparecem no século V. Por sua importância, Troyes se torna uma sede episcopal.

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Em 451, Átila, o chefe dos Hunos, chega às portas da cidade ao ser vencido pelos romanos. São Loup, o oitavo bispo de Troyes, vai falar com o comandante e consegue evitar a invasão do lugar, mas é levado como refém e liberado meses depois às margens do reio Reno.

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Mas esse milagre do santo não vai evitar as invasões dos Sarracenos, em 720, que devastam a cidade, nem as dos Normandos, entre 888 e 925, que causam estrago ainda maior. Mais ou menos nesta mesma época, 878, a cidade abriga um concílio, o de Troyes. Durante o evento, o papa Jean VIII coroou um rei da França, Louis II.

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Porém, a cidade não fazia parte da França nesta época. Em 567, quando houve a divisão do reino francês entre os descendentes do rei francês, Troyes ficou pertencendo ao reino da Bourgogne. Logo depois, em 575, já existe a presença de um condado de Champagne, que vai desenvolver bastante a cidade, que é a capital.

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No século IX, em pleno feudalismo, os condes de Champagne são os senhores da região. A partir do século XII, o conde Thibaud II institui as feiras de comércio, aproveitando-se da posição estratégica de Troyes e oferecedo reparação caso os comerciantes sofressem danos em suas terras. Essas feiras, que aconteciam duas vezes por ano, se desenvolvem rapidamente, trazendo prosperidade para a cidade. Pessoas de toda a Europa vinham ali para fazer negócios. Além de Troyes, outras cidades da Champagne recebem as feiras, como Provins, por exemplo.

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Além da prosperidade material, os condes trazem para a cidade o desenvolvimento artístico e cultural, além da estabilidade política. O romance de cavalaria se desenvolve e os condes e condessas são mecenas de trovadores. O próprio conde Thibaud IV escreveu 36 poemas de amor, em partes inspirados pela rainha francesa Blanche de Castille, por quem ele nutria uma paixão que, até hoje, não se sabe se foi correspondida ou não.

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Também nessa época que as muralhas são aumentadas várias vezes e os canais começam a serem arrumados. Várias atividades se desenvolvem em suas margens, como, por exemplo, a pesca, o trabalho com couro, com tecidos, etc. Mercados, entrepostos e casas são construídos pelos comerciantes. É nesta época que Troyes adquire a forma de uma rolha de Champagne, triplicando de tamanho. Detalhe: a bebida ainda não tinha sido inventada. Segundo algumas fontes, a explicação para o formato da cidade é que as ampliações das muralhas se inspiraram nas formas das fortalezas da época.

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Em 1284, a herdeira dos condes, Jeanne de Navarre, se casa com o Philippe le Bel, herdeiro do trono francês. Quando ele se torna rei, com o nome de Philippe IV, a região de Champagne é anexada à França. Assim, as atividades comerciais e financeiras são transferidas para Paris. Isso, além da concorrência de feiras em outras regiões, provoca a decadência das Foires de Champagne. Elas vão se extinguir totalmente no século XVI.

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A decadência de Troyes aumenta com a Guerra dos Cem Anos. A partir de 1348, a cidade é arrasada várias vezes pela peste. Depois, em 1354, Charles de Navarre diz ter direito ao condado de Champagne e, junto com os ingleses, invade e saqueia a cidade. Os franceses a recuperam a região em 1361.

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Mas, a confusão não acaba por aí: no começo do século XV, o rei francês, Charles Vi está louco. Sua esposa Isabeau de Bavière vai para Troyes em 1419, onde passa algum tempo, e faz o marido assinar, em 21 de maio de 1420, o Tratado de Troyes, dando poderes ao duque de Bourgogne, Philippe le Bon. Só que o duque era aliado dos ingleses e reconhece Henry V da Inglaterra como herdeiro do trono francês. Em troca, o duque da Bourgogne ganha a administração da Champagne.

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A situação só muda quando Joana D’Arc, após a vitória em Orléans, chega até Troyes com Charles VII, filho do rei louco, em 5 de julho de 1429. Ela pede que os habitantes da cidade recebam seu rei. Ninguém a leva a sério. Então, ela finge invadir Troyes. Assustados, os conselheiros da cidade reconhecem Charles VII como rei em troca de perdão e, no dia seguinte, a heroína e o soberano fazem uma entrada triunfal em Troyes. Alguns dias depois, ele será coroado em Reims, outra cidade da região. Porém, os ingleses somente serão vencidos na França em 1453.

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Em 1524, a cidade sofre mais uma vez, desta vez com um incêndio. No dia 24 de maio, entre 10 e 11 da noite, o fogo começa na casa do farmacêutico. Durante três dias, 1500 casas são incendiadas, cerca de um terço da cidade é atingido. Logo em seguida, começa a reconstrução, desta vez já no estilo renascentista. Assim, o incêndio marca o final do período medieval em Troyes.

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Hôtel Juvénal des Ursins – um dos que foi reconstruído em pedra após o incêndio

E um segundo Tratado é assinado em Troyes: em 1664, Catherine de Médicis e o rei Charles IX visitam a cidade e selam o acordo com os ingleses, no qual eles devolvem a cidade de Calais, que fica no norte da França, aos franceses. Mais tarde, durante as Guerras de Religião, muitos protestantes são mortos em Troyes pelos católicos da Liga, um movimento fanático comandado pela família Guise e que atuava em todo o país.

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No século XVII, guerras, impostos altos e fome dizimam a cidade. Troyes chega a ter, em 1649, um terço de sua população composta por mendigos. A situação melhora em meados do século XVIII, com o começo das oficinas de fabricação de malhas. A cidade volta a se desenvolver, o número de habitantes atinge 25 mil pessoas entre 1770 e 1787. Mas um tratado de livre comércio com a Inglaterra, em 1786, provoca o declínio da atividade.

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Já durante a Revolução, assim como em toda a França, os bens das igrejas são confiscados, destruídos ou vendidos a particulares. Já no século XIX, em 1814, Troyes é ocupada pelas tropas inimigas de Napoleão. Eles exigem bens e comidas. As igrejas viram hospitais para os feridos do conflito. Algum tempo depois, essas tropas marcham e tomam Paris, provocando a abdicação do imperador.

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A partir de 1830, com a invenção da máquina a vapor e a chegada da estrada de ferro (as muralhas são demolidas para a sua construção), a atividade da fabricação de malha renasce. Troyes se torna o centro desta produção na França. E mesmo com a ocupação da cidade pelas tropas da Prússia, entre 1870 e 1871, a indústria de malha não diminui.

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Durante a Primeira Guerra Mundial, Troyes se torna uma cidade hospital: mais de 20 hospitais são instalados. Mas ela é poupada dos ataques pelos alemães. A mesma sorte não acontece na Segunda Guerra: a cidade é bombardeada em 14 de junho de 1940 e ocupada três dias depois. Milagrosamente, o centro histórico fica intacto. Troyes só é liberada em 26 de agosto de 1944, pelo general americano Patton, e só no dia 30 os alemães partem definitivamente.

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Nesta época, a indústria da malha, que havia sofrido com a crise de 1929, renasce pela segunda vez, favorecida pelo advento de novas tecnologias. Mas, a partir de 1958, a queda das exportações – provocada pela perda das colônias francesas – e a concorrência de outras regiões e países provocam um lento e definitivo declínio. Em 1999, a produção de malha de Troyes corresponde somente a 25% do total francês.

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Em 1985, em pleno inverno de 9 de janeiro, outro incêndio: 14 imóveis do centro histórico são consumidos pelas chamas. Um plano de recuperação e restauração é pensado a partir de 1990 e em 2003 é aprovado um projeto de salvamento e valorização da parte histórica da cidade. Assim, ela recobrou sua beleza original.

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E é nos anos 1990 que começa uma nova etapa para a Troyes: a chegada das lojas de fábrica ou, como é mais chique dizer, dos outlets. Inicialmente destinados somente aos trabalhadores das fábricas de malha, hoje eles são abertos para todos, inclusive turistas.

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Hoje, Troyes é uma cidade próspera, com o turismo, os outlets e a agricultura. E tem várias escolas de ensino superior, como, por exemplo, a Université de technologie de Troyes (UTT). Então, por ser cidade de estudantes, é bem animada e jovem, o que faz um belo e interessante contraste com seu centro histórico.

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Visitando Troyes

Troyes atrai quem gosta de história, de arte, de arquitetura, de natureza, de boa comida (mas isso aqui na França é meio que redundância) e de compras. E também é conhecida por ser uma cidade romântica: além do romance francês ter sido criado aqui, Troyes tem uma praça e uma escultura de coração que celebram o amor. Então, agora vou listar as atrações que visitei durante a minha estadia na cidade.

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1) O Centro Histórico – O centro de Troyes é um dos mais bem preservados da França. O fato de ele permanecer intacto depois dos bombardeios da Segunda Guerra é quase um milagre. Há construções da época medieval e do Renascimento, tudo em uma perfeita harmonia. A restauração do lugar acabou faz pouco tempo, 2003, então, tudo está ainda mais bonito.

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2 ) As ruas – Não dá para elencar aqui qual a rua mais interessante do centro. Para mim, todas são. Mas destaque para a Rue de la Cité, cujo traçado é o mesmo da Via Agrippa, que cortava a cidade desde a época dos romanos.

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Também é bem interessante a Ruelle des Chats. Tanto seu traçado quanto as casas são da época medieval. A rua leva esse nome porque ela é tão estreita que os gatos podem pular de um telhado ao telhado da casa em frente.

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Outra rua bem importante do Centro Histórico é a rue Émile Zola, onde ficavam as lojas na época medieval. Ainda hoje ela preserva esta característica sendo a principal rua comercial da cidade.

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Já para um período mais recente, vale dar uma passeada pelo Boulevard Gambetta. Ele foi construído em meados do século XIX, tendo como inspiração os bulevares recém-criados em Paris. Assim como a capital, várias partes de Troyes foram modificadas na época. Por exemplo, o fosso da muralha antiga foi coberto e deu lugar a ruas, avenidas e até jardins.

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3) As praças de Troyes também são muito bonitas e foram restauradas há pouco tempo. Dentre elas, destaque para a Place da Libération, que fica em frente à prefeitura do departamento. Essa praça possui um belo jardim e uma fonte com a escultura Le Rapt, de Auguste Surchetet. Além disso, há um tanque de 90 metros de comprimento, que lembra os antigos canais que corriam pela cidade, cobertos no começo do século XX. Como disse antes, Troyes tem a forma de uma rolha de champagne. Pois este “canalzinho” da praça faz a ligação entre a cabeça e o corpo da rolha.

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A Préfecture de l’Aube (prefeitura do departamento) é muito interessante, porque fica em um antigo convento Notre-Dame-aux-Nonnains, destruída na Revolução.

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Perto dela, tem a Place du Préau. É uma praça pequena, que fica no lugar do antigo palácio dos condes. Nela, uma solução inovadora para o problema dos cadeados do amor: um monumento onde cada casal apaixonado pode colocar seu cadeado. Há também árvores coloridas, com fitas da mesma cor de cada árvore. Na primavera e verão há rosas ali. Eu fui na primavera, mas era bem no começo, então, não as vi.

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As praças Alexandre Israël e do Maréchal Foch são o coração da cidade. Elas são unidas em um grande espaço de lazer, com o Hôtel de Ville (a prefeitura da cidade), o carrossel e aqui também um mini canal com fonte. É como se esse conjunto fosse uma espécie de fórum à moda Romana, ou seja, praças e construções em torno do poder, aqui simbolizado pelo Hôtel de Ville.

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O Hôtel de Ville foi construído no século XVII. Por falta de dinheiro, sua construção demorou quase 70 anos. Em 1930, duas alas foram construídas atrás do edifício principal.

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A parte mais nova do Hôtel de Ville, na parte de trás

E tem ainda as praças igualmente charmosas, como a Place Vernier, a Place Saint-Nizier, a Place de Vouldy, a Place du Marché au Pain, a Place Jean Jaurès, entre outras.

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A place Jean Jaurès e a Bourse du Travail.

4) As casas medievais e os palacetes – As casas da Idade Média que ainda vemos hoje foram poupadas do incêndio de 1524. Já que o que foi destruído acabou sendo reconstruído já no estilo do Renascimento. E é desta época que vemos os palacetes em pedra, construídos pela burguesia e que hoje são utilizados como museus, habitação, para a administração pública ou comércio.

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O Hôtel de Chapelaines, construído em 1535

É difícil escolher qual é a construção preferida, tal a quantidade de belos exemplos em Troyes, tanto de estilo medieval quanto renascentista. Um exemplo é o Hôtel du Louvre, construído no século XIV e que abriga uma semi-torre, último vestígio da antiga muralha da cidade. Mas também há arquiteturas mais recentes, como a Maison du Héraut, construída para um farmacêutico no final do século XIX.

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Hôtel du Louvre

5) Cour du Mortier-d’Or – É um pequeno pátio formado por quatro casas. Construído no século XVI, supõe-se que o primeiro proprietário do lugar tenha sido um militar, por causa das esculturas com motivos de guerra. O conjunto foi restaurado em 1981.

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6) O Canal de la Haute Seine – No começo do século XIX, Napoleão constrói um canal para ligar Le Havre, na Normandia, até Troyes, passando por Paris. Porém, depois de muitas etapas de construção durante décadas, o projeto é abandonado. Alguns anos depois várias trechos dele são cobertos, mas uma parte dentro da cidade é visível e é um dos lugares mais agradáveis para se passear em Troyes.

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7) As obras de arte – Uma das coisas mais interessantes para se fazer na cidade é passear e encontrar as várias esculturas espalhadas pelo centro, sejam elas bustos, decorações de fontes, ambas antigas, ou obras mais modernas. Uma das mais importantes tem a forma de um coração e se chama Le Coeur de la Ville, obra de 2012, de um casal de artistas, Michèle et Thierry Kayo-Houël, e que fica no cruzamento das ruas Passerat et Hennequin, pertinho do canal.

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Duas obras que achei uma graça, também perto do Canal de la Haute Seine, foram: La Jeune Fille au Baiser, de Sjer Jacobs, que é uma reprodução ampliada de um modelo da cidade de Middelburg, na Holanda; e Lili, la Dame au Chapeau , obra de András Lapis. Ambas ficam no Quai Dampierre. Elas são parte do romantismo de Troyes.

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Sjer Jacobs – La Jeune Fille au Baiser
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András Lapis – Lili, la Dame au Chapeau

O mais interessante de tudo é que o próprio canal se torna uma galeria para exposições temporárias. Em 2015, estavam expostas as esculturas de Reynald Jenneret. Já em 2016, uma série de telas com reproduções de obras dos museus de Troyes decoram o lugar.

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Obras de Reynald Jenneret

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8) Marché des Halles de Troyes (mercado coberto) – Uma coisa que adoro, porém nem sempre é possível, é visitar os mercados de rua ou cobertos de uma cidade. E o de Troyes é magnífico. A própria estrutura do lugar é linda: era um antigo colégio, Pithou, que, em 1867, se tornou o mercado. Ali dentro, uma infinidade de frutas, legumes, doces, pratos prontos, tudo da região. O destaque vai para o queijo local, o Chaource, os chocolates finos Pascal, mas esses produtos são assunto para outro post. Às quartas, sextas e sábados há também uma feira do lado de fora do mercado.

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Endereço: Rue Claude Huez
Horários: segundas (serviço mínimo) e de terça a domingo, das 8h à 12h45 e das 15h30 às 19h. Sextas e sábados, das 7h às 19h. Domingos, das 9h às 13h.

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9) Museus – O que não falta em Troyes é museu. Tem o Musée de Beaux-Arts, com várias obras-primas de artistas como Cézanne, Modigliani, etc; o Musée Saint-Loup, que agrupa três museus; o Musée de Vauluisant; o Musée de la Bonneterie; a Cité do Vitrail; a Apothicairerie, que recria uma farmácia do século XVIII; o Musée de l’Outil et de la Pensée Ouvrière, entre outros. Mas, como tem muita coisa interessante neles, é tema para um novo texto.

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Musée Saint-Loup

10) Igrejas – Desde a época dos condes de Champagne, Troyes é conhecida como um berço artístico, principalmente em termos de vitral e de escultura. Como não poderia deixar de ser, boa parte desta produção foi destinada às igrejas. Por isso visitar uma delas na cidade é fazer uma viagem no tempo, no meio de muitas obras-primas. Destaque para a Basilique Urbain IV, construída pelo futuro papa de mesmo nome, que nasceu em Troyes. E também para a église Saint-Pantaléon, onde podemos ver as belas esculturas góticas da École de Troyes.

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Basilique Saint-Urbain

11) Outlets – Para quem é fã de compras, é como cair no paraíso. Troyes possui não só um, mas quatro outlets enormes. Tem o Mc Arthur Glen, o Marques City, o Marques Avenue e o Marques Avenue Maison. São cerca de 80 mil metros quadrados, que vendem mais de 600 marcas e atraem de 2 a 3 milhões de turistas. E é uma atividade que tem tudo a ver com o passado de Troyes. Eles são mais afastados da cidade, na fronteira com outros municípios, mas dá para ir facilmente de ônibus. Para saber mais sobre eles, clique aqui. Mas também é assunto para um texto a parte.

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12) Jardins – Troyes tem vários jardins, de todos os tamanhos e estilos. Só para citar alguns exemplos: o Jardin de la Vallée Suisse, que fica no lugar de parte dos antigos fossos da muralha e o Jardin des Innocents, de inspiração medieval e que tem este nome por causa de um cemitério para crianças que havia ali perto.

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Jardin des Innocents

13) Poços – Entre o séculos XV e XIX, Troyes tinha quase 70 poços, que não só abasteciam a população como eram úteis em casos de incêndio. Nos últimos dois séculos, eles foram fechados ou destruídos por causa de mudanças na cidade ou razões de higiene. Mas, com a restauração do centro histórico de Troyes, vários poços foram reconstruídos, segundo o modelo original, – com pedras esculpidas e grades trabalhadas – e colocados em vários lugares onde ficavam os antigos. É interessante passear pela cidade e encontrá-los.

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Poço encostado no Hôtel de Moïse. O palacete leva esse nome por causa da estátua de Moisés

14) Visita guiada – O Office de Tourisme de Troyes propõe uma série de visitas guiadas em inglês, francês e outras línguas. Eu fiz uma sobre a história da cidade, com uma guia maravilhosa, a Madeleine. Fiquei impressionada com seu pique, pois andamos bastante, e seus conhecimentos sobre a antiga capital da Champagne. Vale a pena fazer essas visitas porque a gente conhece muitos lugares que normalmente são fechados ao público. Nessa visita que eu fiz, por exemplo, vi vários jardins e pátios internos dos palacetes de várias épocas. Para saber mais, veja o site do Office

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O Hôtel du Lion Noir visto por dentro

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O Office de Tourisme também disponibiliza o passe da cidade, que é um tipo de carnê com várias páginas, que custa 12 euros. Ele dá acesso não só aos museus, como a uma visita guiada, um aluguel de bicicleta de duas horas, degustações de produtos locais e descontos nos outlets. Para saber mais sobre ele, veja aqui. A cidade também desenvolveu uma aplicação, que se chama Troyes Tour e tem tudo: monumentos, museus, informações práticas, roteiros, hotéis, restaurantes, etc. Tem para IPhone e Android, só que é em francês.

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Dá para pescar no canal!

Como ir a Troyes – A partir de Paris, pegar o trem na Gare de l’Est (Paris Est). A viagem dura cerca de 1h30. Para saber os horários e preços, acesse o site da companhia de trem francesa SNCF

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Renata Rocha Inforzato

Sou de São Paulo, e moro em Paris desde 2010. Sou jornalista, formada pela Cásper Líbero. Aqui na França, me formei em História da Arte e Arqueologia na Université Paris X. Trabalho em todas essas áreas e também faço tradução, mas meu projeto mais importante é o Direto de Paris. Amo viajar, escrever, conhecer pessoas e ouvir histórias. Ah, e também sou louca por livros e animais.

Comentários (19)

  • Natalie Responder    

    31 de agosto de 2016 at 19:30

    Oi, Renata. Tudo bem? 🙂

    Seu post foi selecionado para o #linkódromo, do Viaje na Viagem.
    Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com

    Até mais,
    Bóia – Natalie

  • Fernanda - Blog Tá indo pra onde? Responder    

    16 de novembro de 2016 at 20:11

    Adicionada à minha wishlist de viagem!!! Sou louca por construções enxaimel e essa cidade é cheia disso!!! Já amei!!!

  • Maria José Coelho Responder    

    13 de fevereiro de 2017 at 19:52

    Renata posta perfeito, fotos lindas. Li também o de Nancy. Você fez bate e volta em Troyes e Nancy ou ficou alguns dias? É muito corrido para ver tudo em um bate e volta para ambas cidades.
    Muito obrigada
    Maria

    • Renata Rocha Inforzato Responder    

      9 de julho de 2017 at 0:33

      Oi Maria, eu sempre fico alguns dias até porque eu preciso visitar as atrações para escrever sobre elas. Agora, quanto a bate e volta ou não, depende do que você quer ver. Eu passaria uma noite ao menos. Um abraço

  • Direto de Paris - Jornalismo em Paris Responder    

    23 de abril de 2017 at 1:20

    […] destino fácil para quem está em Paris. Sobre as principais atrações do lugar, já escrevi em um texto anterior. Agora é a vez de falar das gostosuras que encontramos por […]

  • Direto de Paris - Jornalismo em Paris Responder    

    20 de junho de 2017 at 2:43

    […] fiz uma série de posts sobre Troyes, que você pode ver aqui. Como a cidade tem vários museus interessantes e de diferentes tipos, […]

  • Sonale Responder    

    5 de setembro de 2017 at 12:29

    Oi Renata,
    Parabéns pela reportagem. Perfeita.
    Conheço Troyes, já fui 2 vezes. belissíma. meu filho (franco-brasileiro) faz engenharia na UTT (universidade de Tecnologia de Troyes) e consequentemente o visitamos. muito fácil chegar em Troyes partindo da Gare de l’Est e a todo instante sai. Indico. e como todos as pequenas cidades francesas é charmosissima. um abraço. Sonale.

  • Sonale Responder    

    5 de setembro de 2017 at 12:33

    Curiosiade: No verão tem festivais de música em todas as praças de Troyes. por incrivel que pareça em uma delas estava uma portuguesa e sua banda cantando bossa nova. Amei. curti muito.

  • Direto de Paris - Jornalismo em Paris Responder    

    28 de março de 2018 at 17:44

    […] da Champagne, tornando-se também conde de Champagne, controlando, assim, as cidades de Provins e Troyes, que eram prósperas. Nessa época, ele constrói uma grande torre de pedra no Château de […]

  • Anita Responder    

    29 de março de 2018 at 22:45

    Amei. Gracinha de lugar! Cheio de atrações!

  • acioli Responder    

    13 de agosto de 2018 at 20:08

    Boa tarde, amei seu post, dinamico, esclarecedor,objetivo, muita informação ao turista. Pretendo ir (casal), em outubro do proximo ano., grande abraço.

  • Matheus Responder    

    24 de agosto de 2019 at 20:41

    Renata sensacional a sua explicação, estou na cidade amei ela. A sua página e fantástica amo história e entender sobre a história das cidades que visito. Para mim melhor página que eu já acessei. Sucesso na sua jornada.

    • Renata Rocha Inforzato Responder    

      17 de novembro de 2020 at 23:44

      Oi Desculpa a demora. Estava limpando os spams de um ano e seu comentario apareceu. Obrigada mesmo e tomara que continue lendo o blog.

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