Igrejas

Saint-Eustache – a igreja do ventre de Paris

29 de setembro de 2015

Last Updated on 17 de agosto de 2021 by Renata Rocha Inforzato

Para quem anda ali na região de Les Halles, no centro de Paris, não tem como não notá-la. Ela é enorme, imponente e marca uma época em que nobreza e comerciantes andavam pelo bairro e frequentavam a mesma paróquia. Um lugar super interessante, a igreja Saint-Eustache é ainda pouco visitada pelos brasileiros. No entanto, ela é linda.

Saint-Eustache

No século XIII, o lugar onde hoje fica a igreja fervia. O bairro Les Halles atraía comerciantes de várias regiões e eles eram cada vez mais numerosos, pois ali ficava o mercado central de Paris (halles). Mas não havia igrejas na proximidade. A mais perto era a Saint-Germain-L’Auxerrois e não era propriamente ao lado. Então, em 1213, decidiu-se construir ali no bairro uma pequena capela, dedicada a Sainte-Agnès, mártir romana.

Saint-Eustache

Só que a população cresce. Além disso, a capela era frequentada por quem vinha da Île de la Cité e de Montmartre. Então, após várias reformas e ampliações, ficou decidido que a capela seria demolida e uma igreja maior construída no lugar.

Saint-Eustache

A primeira pedra foi colocada em 19 de agosto de 1532, no reinado de François I. Não se sabe o nome do arquiteto e nem de seus colaboradores. A construção – como em muitas igrejas na França – é longa, dura mais de 100 anos. Mas, apesar do tempo, ela conserva uma unidade arquitetônica, o que talvez mostre que o projeto inicial não sofreu grandes mudanças.

Saint-Eustache

A Saint-Eustache é consagrada em 1637, já com o nome do santo, cujas relíquias a igreja passou a abrigar. Mas a tranquilidade não durou muito: em 1665, Jean-Baptiste Colbert, ministro de Louis XIV, que frequentava a paróquia, decide construir duas capelas sob as torres da fachada, o que compromete a estrutura. Assim, a fachada e o primeiro tramo da nave e das naves laterais são demolidos.

Saint-Eustache

E ainda não acabou. Só em 1754, o duque de Chartres, Philippe, coloca a primeira pedra dessa fachada. O projeto, realizado por Jules-Hardouin Mansart de Jouy, continua inacabado até hoje.

Saint-Eustache

Igreja frequentada tanto pelos comerciantes do mercado quanto pela nobreza, é chamada de “Paróquia Real”. O número de personagens ilustres que ali passaram é de impor respeito. Só para citar alguns: Louis XIV fez sua primeira comunhão ali. Saint-Eustache foi também o lugar onde Richelieu, Molière e Madame de Pompadour (favorita de Louis XV) foram batizados. A missa de obséquios da mãe de Mozart também aconteceu nessa igreja. E Colbert está enterrado em uma de suas capelas.

Saint-Eustache

Com a Revolução, a Saint-Eustache é fechada. Em 1793, torna-se Templo da Agricultura. Em 1795, é parcialmente cedida aos Théo-philanthropes, seita bem vista pelos revolucionários. Em 1844, sofre um grande incêndio. Assim, tanto a igreja quanto seu mobiliário já estão muito danificados.

Saint-Eustache

No século XIX é um período de muitas restaurações e valorização do patrimônio histórico na França. Assim, Saint-Eustache é alvo de um ambicioso projeto de restauração e reconstrução. O diretor é o arquiteto Victor Baltard, famoso por construir os pavilhões de Halles (do mercado) na mesma época. Ele também desenha a caixa do órgão, o púlpito e o altar principal. Tudo o que estava degradado é refeito, como, por exemplo, as pinturas.

Saint-Eustache

A restauração sofre um pouco com os acontecimentos de 1870/1871 (guerra contra a Prússia e Comuna de Paris). Logo em seguida, o teto, os contrafortes e a fachada sul são reparados. Em 1928, a fachada principal foi revista e estabilizada.

Saint-Eustache

Em 1969, o mercado parte para a região de Rungis, na periferia ao sul de Paris. Então, a prefeitura cria no bairro a grande estação do RER Châtelet-Les Halles, (ligando as duas estações de metrô Châtelet e Les Halles), em 1977; um centro comercial, o Forum Les Halles, em 1979; e centros de atividades culturais. Assim, o público da igreja muda. Já não havia mais as famílias nobres desde a Revolução, agora também não haveria mais os comerciantes do mercado.

Saint-Eustache

Em 1990, o órgão é restaurado. Depois, é a vez de a igreja sofrer uma nova restauração, que dura até hoje.

Saint-Eustache

E isso nós podemos ver quando visitamos a Saint-Eustache. Uma parte dela está novinha, super iluminada. As fotos nem ficam tão boas de tanta luz. Já a outra parte, é bem escura, e por isso difícil de fotografar, e a gente vê as degradações do tempo e o quanto ainda precisa ser restaurado. Mas nada disso tira a beleza da igreja.

Saint-Eustache

Saint-Eustache
Essa é a pintura mais danificada e que será restaurada em breve

As proporções da igreja impressionam: ela mais parece uma catedral. No interior, a decoração é do Renascimento Francês e as medidas são: 100m de comprimento, 43 metros de largura e 33 metros de altura. Basta caminhar ali dentro e nos damos conta do quanto ela é alta, mas a sensação é de leveza.

Saint-Eustache

Algumas obras-primas de Saint-Eustache

O altar principal – desenhado por Victor Baltard, um dos mais importantes arquitetos franceses do século XIX. Ainda no coro, os vitrais, de Antoine Soulignac, são mais antigos, do século XVII.

Saint-Eustache

Saint-Eustache

Saint-Eustache

Chapelle de la Vierge (Capela da Virgem) – Era decorada com mármore, madeira e tinha quadros. Tudo desapareceu na Revolução. Restaurada em 1802, no altar há uma bela estátua de Maria, obra-prima de Jean-Baptiste Pigalle, um dos mais importantes escultores franceses, que viveu no século XVIII (veja o post sobre a Saint-Sulpice).

Saint-Eustache

Saint-Eustache

É consagrada em 28 de dezembro de 1804, pelo Papa Pio VII, que estava em Paris para a sagração de Napoleão I. Os afrescos da capela foram feitos por Thomas Couture, um dos principais pintores do século XIX, e narram o poder de intercessão de Maria.

Saint-Eustache

Chapelle de Charcutiers, também chamada de Chapelle Saint-André ou du Souvenir – Situada logo após a porta de entrada (vá à esquerda logo após entrar), lembra a época em que várias corporações do mercado tiveram suas capelas. É uma das mais antigas, de 1230. No século XVII, foi da comunidade de pintores e escultores de Paris, antes de passar para a Corporação de Charcutiers (Salsicheiros), no final do mesmo século.

Saint-Eustache

Saint-Eustache

Recentemente, uma sociedade de Charcutiers, chamada Le Souvenir, retomou esse costume e financiou a reconstrução da capela Santo André, que havia sofrido com um incêndio. Eles chamaram um artista suíço, John Admeler, que concebeu uma obra contemporânea, inaugurada em 2000. Em uma das paredes, a pintura de Isidore Pils, do século XIX, mostra uma jovem que é empurrada por um soldado romano quando tentava recolher o sangue de Santo André martirizado.

Saint-Eustache
Um dos painéis de John Armleder, 2000

O Mausoléu de Colbert – Fica à esquerda da Chapelle de la Vierge. Foi concebido por Antoine Coysevox, junto com o Charles Le Brun, este último primeiro pintor da corte de Louis XIV. O poderoso ministro do rei morre em 1683. Como sua família, assim como várias famílias nobres da paróquia, tinha uma capela na Saint-Eustache, decidiu-se construir um verdadeiro mausoléu no lugar.

Saint-Eustache

Na efígie feita por Coysevox, Colbert aparece em posição de oração. Ao lado dele, duas alegorias femininas: à esquerda, a Fidelidade (que pode ser entendida como à Igreja e ao Reino da França), também obra de Coysevox. E à direita, a Abundância ou a Fé, realização de Jean-Baptiste Tuby. A obra, tipicamente barroca, é incompleta. No projeto original, um anjo desceria e uma arcada com a Bíblia em mãos.

Saint-Eustache
A Fé ou a Abundância – Jean-Baptiste Tuby

Chapelle de la famille d’Epernon – Fica ao lado da capela de Colbert e o nome é por causa de uma família nobre, que mantinha o lugar. Aqui uma obra-prima, o quadro de Rubens, retratando os discípulos de Emaús, de 1611. A obra mostra toda a virtuosidade do artista: as expressões dos personagens, a perfeição ao retratar a natureza morta (algo muito característico dos pintores do Norte da Europa). Pena que a falta de iluminação não deixa as fotos mostrarem muita coisa.

Saint-Eustache
Les Disciples d’Emmaüs – Peter Paul Rubens, 1611

Chapelle Saint-Vicent de Paul – Fica um pouco depois da capela de Epernon. Ela leva esse nome porque o santo viveu na área e frequentava a paróquia, entre 1613 e 1623. Aqui a curiosidade é uma obra contemporânea: La vie du Christ, de Keith Haring, de 1990. O artista foi voluntário em diversas cidades do mundo, defendendo causas como a AIDS, que o mataria no mesmo ano da obra. Doada a Paris, em 2003, por vontade do próprio Haring, ela foi colocada na Saint-Eustache porque a igreja acompanha muitas pessoas que sofrem da mesma doença. No centro das obras do artista há sempre uma criança, símbolo da inocência no nosso mundo violento. Aqui, o menino é Jesus.

Saint-Eustache
Triptyque La Vie du Christ – Keith Haring, 1990

Chapelle Sainte-Geneviève – Fundada em 1542, por Jehan Brice, comerciante burguês, teve vários nomes até ser consagrada em 1803 à santa. Nela está um quadro do pintor florentino Santi di Tito, chamado Tobia e l’Angelo. O que é curioso aqui é que a obra faz parte dos tesouros de guerra de Napoleão I.

Saint-Eustache
Santi di Tito – Tobia e l’Angelo, 1575

Chapelle Saint-Louis – É uma das mais antigas da construção do edifício atual. As pinturas são de Felix Barrias, do século XIX, e retratam a vida do rei, desde quando ele coloca a Coroa de Espinhos na Sainte-Chapelle até sua morte. Já os vitrais mostram sua infância e as ogivas retratam a chegada aos céus depois da morte.

Saint-Eustache
A infância de São Luis – A educação do futuro rei em presença de sua mãe, Blanche de Castille

Chapelle Saint-Eustache – Dizem que guardava as relíquias do santo e de sua família. Tudo foi destruído na Revolução, mas o relicário em forma de cruz grega ainda está ali. As pinturas murais mostram a lenda do santo, que teria sido um soldado romano que, convertido ao Cristianismo, é martirizado com mulher e filhos, após a família negar-se a abandonar a nova religião. O autor da obra, de 1855, é Alphonse François Le Hénaff.

Saint-Eustache

Chapelle Pélerins d’Émaüs – Leva esse nome por causa das pinturas, que retratam esse episódio. Muitos atribuem essas obras a Simon Vouet, outro pintor muito importante no século XVII. Dizem que foi ele também que fez as obras da Chapelle Saint-Vicent de Paul, mas não se sabe ao certo. Aqui uma coisa interessante é a obra Le départ des fruis et legumes du coeur de Paris (Tradução literal: a Partida das frutas e legumes do coração de Paris), de Raymond Mason. Ela faz uma alegoria da mudança do mercado do centro de Paris para Rungis, em 1969.

Saint-Eustache
Le départ des fruits et légumes du coeur de Paris le 28 février 1969 – Raymond Mason

Chapelle Saint-Jean-Baptiste – Era dedicada a Saint-Denis, porque, em 1619, a abadessa de Montmartre, Marie de Beauvilliers, teria doado à igreja um pedaço das relíquias do santo e dos companheiros. Depois mudou para Saint-Jean-Baptiste por causa do batistério do século XX (São João Batista é sempre lembrando quando se fala em batismo). Aqui, há uma cópia do século XVIII do quadro de Rubens, L’Adoration des Mages.

Saint-Eustache

Le Martyre de Saint-Eustache – Simon Vouet – Fica acima de uma das portas do fundo da igreja. Foi encomendado por Richelieu para o altar principal da igreja. Era completada, na parte de cima, por outra cena, do mesmo autor: L’Apothéose du Saint Martyr. Mas, infelizmente, a obra foi tirada da igreja e separada. A parte da apoteose foi enviada ao Musée de Nantes, no interior da França, e ainda está lá. A outra metade, a do martírio, depois de entrar na coleção de um cardeal, é doada por um tal de Moret, em 1855, à prefeitura de Paris, que o devolve à Saint-Eustache. Por que ela é tão importante? Porque Simon Vouet é um gênio da pintura francesa do século XVII e essa é uma das obras-primas dele.

Saint-Eustache
Le Martyre de Saint-Eustache – Simon Vouet

Saint-Eustache

Le Banc d’Oeuvre – É o lugar onde ficavam sentados os membros mais nobres da paróquia. O de Saint-Eustache é um dos mais bonitos da França e foi realizado em 1720 por Pierre Lepautre. Ele tem a forma de um pórtico sustentado por quatro colunas. Nele, está a estátua de Saint-Agnès, a padroeira da capela primitiva.

Saint-Eustache

Em frente ao Banc d’Oeuvre, está o Púlpito desenhado por Baltard, no século XIX. Outra obra-prima da igreja.

Saint-Eustache

Entre a porte de entrada e a Chapelle de la Vierge, uma capela apresenta uma escada e uma porta. Ela leva para uma outra capela, dedicada a Sainte-Agnès e às sala de catecismo e outras reuniões.

Saint-Eustache

A fachada Inacabada de Jean-Hardouin Mansart de Jouy – Na parte exterior da igreja, na rue du Jour, nós podemos ver a fachada inacabada do famoso arquiteto. Frequentador da paróquia – foi, inclusive, batizado na Saint-Eustache -, aceitou fazer a obra como voluntário. Mas, em 1755, ele abandona a carreira. Após alguns anos de pausa, a fachada é confiada a Pierre-Louis Moreau-Desproux. Mas a Revolução para de vez os trabalhos.

Saint-Eustache

Assim como outras igrejas de Paris, a Saint-Eustache recebe vários concertos de música clássica e sacra. Há uma pequena audição, gratuita, aos domingos, 17h30. Se tiver a oportunidade de ir, não perca. A acústica ali é perfeita.

Saint-Eustache

Saint-Eustache

Igreja Saint-Eustache
2 impasse Saint-Eustache
75001 – Paris
Metrô: Les Halles, linha 4
RER A: Chatêlet-Les Halles
Horários: de segunda a sexta, das 9h30 às 19h. Sábados e domingos, das 10h às 19h.

Saint-Eustache

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Renata Rocha Inforzato

Sou de São Paulo, e moro em Paris desde 2010. Sou jornalista, formada pela Cásper Líbero. Aqui na França, me formei em História da Arte e Arqueologia na Université Paris X. Trabalho em todas essas áreas e também faço tradução, mas meu projeto mais importante é o Direto de Paris. Amo viajar, escrever, conhecer pessoas e ouvir histórias. Ah, e também sou louca por livros e animais.

Comentários (15)

  • Angela Responder    

    29 de setembro de 2015 at 16:21

    Boa tarte, Renata
    Parabéns pelo texto, adorei.
    E visitei a Saint Eustache em 2006. Ela estava em obras e mesmo assim fiquei maravilhada e agora que voltar, culpa do seu excelente texto.
    Obrigada por nos enriquecer

  • Luciana Ribeiro Responder    

    27 de outubro de 2015 at 22:49

    Me deparei com essa igreja em um passeio descompromissado por aquela região e fiquei embasbacada! Fui pesquisar a respeito e encontrei seu blog, que tem sido meu grande guia para informações em português! Obrigada Renata, suas postagens são excelentes! E obrigada a Saint Eustache, pois graças a ele te enontrei!

    • Renata Inforzato Responder    

      27 de outubro de 2015 at 23:42

      Nossa, Luciana, muito obrigada. Ganhei meu dia agora…. Um beijão e obrigada pela visita

  • Paris – um novo centro comercial em um antigo mercado de bairro - Direto de ParisDireto de Paris Responder    

    28 de outubro de 2015 at 7:36

    […] pavilhões que ele construiu ficavam no bairro Les Halles, perto da igreja de Saint-Eustache. Outro deles foi construído em 1868, ali no meio do caminho entre o Canal de Saint-Martin e o Parc […]

  • Ronaldo Responder    

    28 de outubro de 2015 at 20:40

    Havia lido este post recentemente e na última semana aproveitei para visitar a igreja. Foi uma ótima indicação do blog, pois o prédio é realmente muito bonito, além dos aspectos religiosos e históricos que possui. Parabéns pelo relato detalhado!

    • Renata Inforzato Responder    

      28 de outubro de 2015 at 22:50

      Oi Ronaldo, eu que te agradeço pelo comentário. É muito bom saber quando alguém visita o lugar depois de ler o texto. Esse feedback ajuda muito. Um abraço

  • Wanice Bon'ávígo Responder    

    19 de março de 2016 at 22:52

    Renata, quando eu chego em Paris, preciso fazer duas coisas: ir às margens do Rio, beeem pertinho da água; ir na Saint Eustache. Amo! Obrigada pelo belo post! Bjs

  • Felipe Antunes de Proença Responder    

    1 de novembro de 2016 at 16:39

    Renata, excelentíssimo texto! e demais tudo que escreveu, estou apaixonado por teu blog, e o indico a todos que vão a Europa. em fevereiro estarei por ai, com amigos.

  • Marcia kantz Responder    

    27 de março de 2017 at 17:34

    . Vou a Paris e apesar de não ser a primeira vez, não tinha passado por essa região. Como descobri essa igreja pesquisando um guia, queria conhecê-la e suas informações serão especiais para entender o que vou ver. Obrigada por passar seu conhecimento. Muito bom.

  • Direto de Paris - Jornalismo em Paris Responder    

    1 de junho de 2017 at 17:50

    […] a partir de 1824. E a segunda a partir de 1853, por Victor Baltard, o mesmo que restaurou a Saint-Eustache. Em 1862, a igreja é classificada como Monumento […]

  • Anita Responder    

    17 de agosto de 2021 at 12:09

    Não conheci. O texto me deixou curiosa em conhecer essa joia e as imediações, inclusive o Les Halles.
    Obrigada por nos proporcionar tanta informação.

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