Wy-Dit-Joli-Village

Perdido em um belo vilarejo, um museu que celebra o trabalho

25 de julho de 2015

Last Updated on 1 de setembro de 2019 by Renata Rocha Inforzato

Vou escrever mais uma vez sobre os arredores de Paris. É que tem tanto lugar lindo e até bucólico, que acho uma pena que pouca gente conheça. Desta vez, vamos partir para a região do Vexin Français, na parte que fica no Val d’Oise.

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Vexin Français é uma grande área verde e antiga província na região noroeste da Île-de-France – tem uma parte na Picardie também. Ela engloba vários vilarejos muito pequenos e lindos, que parecem ter saído de um conto de fadas ou dos séculos passados. E esses lugares abrigam construções e igrejas muito antigas, assim como museus e atrações insólitas. Aqui a dica é um museu: o Musée de l’Outil (da Ferramenta).

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Mas o que um museu pequeno, num vilarejo nanico, tem de interessante? Bom, primeiro porque o lugar é lindo e é uma delícia passear por essa região – o número de pessoas que faz caminhada e trilhas ali é cada vez maior, há guias e guias sobre o assunto. Segundo, porque o museu, levando em conta o tamanho do vilarejo, é grande e muito bem organizado. Além disso, é um verdadeiro mergulho em profissões antigas, algumas das quais ainda existem, tais como marceneiro, pedreiro, etc. E por último, e não menos interessante, é a própria história do museu.

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Na verdade, o acervo era de um ferreiro e colecionador chamado Claude Pigeard. Ele reuniu mais de 1500 ferramentas das mais diversas profissões e, em 1977, abriu um museu na própria residência. Quando ele morreu, em 2003, a viúva, Françoise, se viu obrigada a fechar o lugar. Dois anos depois, o Conselho Geral do Val d’Oise adquiriu a construção e o acervo. Em 2011, depois de uma restauração, o museu foi reaberto e, desde então, atrai muitos visitantes, quase todos franceses.

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É um verdadeiro mergulho no cotidiano do trabalho francês de outras épocas, já que cada sala é dedicada a uma profissão, com os instrumentos usados em cada métier. Há objetos ali do século XIV e outros personalizados, que contam a história de uma vida. Como se não bastasse, o museu ainda abriga os vestígios de uma terma galo-romana do século II, ou seja, da época em que a região da França, Gália (em francês Gaule), era ocupada pelos romanos. Essas ruínas antigas foram descobertas em 1976, quando Claude arrumava a residência para abrir o museu.

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O acervo e as ruínas

E depois de percorrer as salas, chegamos ao jardim, chamado de Jardin du Presbytère, muito bonito e bem cuidado. Ele leva esse nome porque Claude Pigeard o concebeu como os jardins que eram cuidados por religiosos na Idade Média. Dentre elementos de ferro realizados por monsieur Pigeard e vários outros tipos de flores, o lugar abriga nada menos que 125 variedades de roseiras. E, durante a visita, não é raro nos encontrarmos com Madame Pigeard, já que ela ainda mora ao lado e adora cumprimentar quem vem visitar o museu.

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Então, recomendo muito a você visitar a região do Vexin Français, dar uma paradinha no Wy-Dit-Joli-Village, entre outros vilarejos, e visitar o museu. Será um passeio diferente e você vai conhecer um outro lado da Île-de-France, bem romântico e bucólico. E, além de tudo, é gratuito.

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Musée de l’Outil
Rue de la Mairie
95420 Wy-Dit-Joli-Village
Horários: de 1 de maio a 31 de outubro 2015, quartas e sextas, das 13h30 às 17h30. Sábados, domingos e feriados, das 14h às 18h30
Gratuito

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Como ir a Wy-Dit-Joli-Village a partir de Paris
Não é fácil chegar a região do Vexin Français, mas existem algumas alternativas
1) Pegar o RER A, direção Cergy-le Haut e de lá pegar um táxi. O RER até Cergy-le Haut dura de 40 minutos a 1 hora e o percurso de táxi a partir de Cergy até o vilarejo dura 17 minutos.
2) Ou a partir da estação Saint-Lazare, pegar o trem para Santeuil-Le Perchay e de Le Perchay pegar um taxi. O trem até a estação de Sainteuil-Le Perchay dura uma hora e o táxi de Le Perchay até Wy-dit-Jolie-Village dura 10 minutos.

Para saber os horários do trem ou do RER, consulte o Via Navigo

4) Ou você pode alugar um carro. Veja as cotações com a Rentalcars, parceira aqui do blog. Saiba mais aqui

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Renata Rocha Inforzato

Sou de São Paulo, e moro em Paris desde 2010. Sou jornalista, formada pela Cásper Líbero. Aqui na França, me formei em História da Arte e Arqueologia na Université Paris X. Trabalho em todas essas áreas e também faço tradução, mas meu projeto mais importante é o Direto de Paris. Amo viajar, escrever, conhecer pessoas e ouvir histórias. Ah, e também sou louca por livros e animais.

Comentários (7)

  • Luciana Rodrigues - Turismo em Roma Responder    

    26 de julho de 2015 at 19:40

    Interessante, mesmo, Renata!

  • Marilda Teixeira Responder    

    27 de julho de 2015 at 0:21

    Mais uma das pequenas vilas encantadoramente escondidas dos turistas desavisados. Eu fico babando ao ler seus posts sobre essas pequeninas cidades e quanta coisa vc nos proporciona descobrir!
    Valeu, Renata! Bjs

    • Renata Inforzato Responder    

      28 de julho de 2015 at 9:54

      Oi Marilda, obrigada, viu? Espero que vc possa voltar logo e visitar algumas delas. Um beijão

  • Micaela Responder    

    30 de julho de 2015 at 11:38

    Que saudades dos tempos passados nesse belíssimo país que é França. Parabéns pelo seu trabalho Renata.

    • Renata Inforzato Responder    

      30 de julho de 2015 at 18:51

      Oi Micaela, obrigadão pela visita ao blog e pelo comentário, fiquei muito feliz. E espero que vc volte logo passar uns dias aqui. bjs

  • Direto de Paris - Jornalismo em Paris Responder    

    21 de junho de 2016 at 11:46

    […] belos da França, e onde há muitos restaurantes, parques e pequenos museus interessantes, como o Musée de l’Outil, que já falei aqui no […]

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